“Porque
pela esperança é que fomos salvos.” (Rom. 8.24)
“A porta
tenebrosa do tempo, do futuro, foi aberta de par em par. Quem tem esperança
vive diversamente; foi-lhe dada uma vida nova” (Papa Bento XVI)
“Com um hino do século VIII/IX, portanto com mais de
mil anos, a Igreja saúda Maria, a Mãe de Deus, como “estrela do mar”: Ave Maris
Stella. A vida humana é um caminho. Rumo a que meta? Como encontramos o
itinerário a seguir? A vida é como uma viagem no mar da história, com
freqüência enevoada e tempestuosa, uma viagem na qual perscrutamos os astros
que nos indicam a rota. As verdadeiras estrelas da nossa vida são as pessoas
que souberam viver com retidão. Elas são luzes de esperança. Certamente, Jesus
Cristo é a luz por antonomásia, o sol erguido sobre todas as trevas da
história. Mas, para chegar até Ele, precisamos também de luzes vizinhas, de
pessoas que dão luz recebida da luz d’Ele e oferecem, assim, orientação para a
nossa travessia. E quem mais do que Maria poderia ser para nós estrela da
esperança? Ela que, pelo seu “sim”, abriu ao próprio Deus a porta do nosso
mundo; Ela que Se tornou a Arca da Aliança viva, onde Deus Se fez carne, Se
tornou um de nós e estabeleceu a sua tenda no meio de nós (Jo.1.14).”
Spe Salvi
(49) Segunda Carta Encíclica - Papa Bento XVI
“Por isso, a Ela nos dirigimos: Santa Maria, Vós
pertencíeis àquelas almas humildes e grandes de Israel que, como Simeão,
esperavam “a consolação de Israel” (Lc. 2.25) e, como Ana, aguardavam a
“libertação de Jerusalém” (Lc. 2.38). Vós vivíeis em íntimo contato com as
Sagradas Escrituras de Israel, que falavam da esperança, da promessa feita a
Abraão e à sua descendência (...) Por meio de Vós, através do vosso “sim”, a
esperança dos milênios havia de se tornar realidade, entrar neste mundo e na
sua história. (...) Quando cheia de santa alegria, atravessastes apressadamente
os montes da Judeia para encontrar a vossa prima Isabel, Vos tornastes a imagem
da futura Igreja que, no seu seio, leva a esperança do mundo através dos montes
da história. Mas, a par da alegria que difundistes pelos séculos, com as
palavras e com o cântico do vosso Magnificat, conhecíeis também as obscuras afirmações
dos profetas sobre o sofrimento do servo de Deus neste mundo. Sobre o
nascimento no presépio de Belém brilhou o esplendor dos anjos que traziam a boa
nova aos pastores, mas, ao mesmo tempo, a pobreza de Deus neste mundo era
demasiado palpável. O velho Simeão Vos falou da espada que atravessaria o vosso
coração (Lc. 2.35), do sinal de contradição que vosso Filho haveria de ser
neste mundo. Depois, quando se iniciou a atividade pública de Jesus, tivestes
de Vos por de lado, para que pudesse crescer a nova família, para cuja
constituição Ele viera e que deveria desenvolver-se com a contribuição daqueles
que tivessem ouvido e observado a sua palavra (Lc. 11.27). Apesar de toda a
grandeza e alegria do primeiro início da atividade de Jesus, Vós, já na Sinagoga
de Nazaré, tivestes de experimentar a verdade da palavra sobre o “sinal de
contradição” (Lc. 4.28). Assim, vistes o crescente poder da hostilidade e da
rejeição que se ia progressivamente afirmando à volta de Jesus até à hora da
cruz (...) Da cruz, recebestes uma nova missão. A partir da cruz ficastes mãe
de uma maneira nova: mãe de todos aqueles que querem acreditar no vosso Filho
Jesus e segui-l’O. A espada da dor trespassou o vosso coração. Tinha morrido a
esperança? Ficou o mundo definitivamente sem luz, a vida sem objetivo? (...) Não; junto da cruz, na base da própria
palavra de Jesus, Vos tornastes mãe dos crentes. Nesta fé que, inclusive na
escuridão do Sábado Santo, era certeza da esperança, caminhastes para a manhã
de Páscoa. A alegria da ressurreição tocou o vosso coração e Vos uniu de um
novo modo aos discípulos, destinados a tornarem-se família de Jesus mediante a
fé. Assim Vós estivestes no meio da comunidade dos crentes, que, nos dias após
a Ascensão, rezavam unanimemente pedindo o dom do Espírito Santo (At. 1.14) e o
receberam no dia de Pentecostes. O “reino”
de Jesus era diferente daquele que os homens tinham podido imaginar. Este “reino”
iniciava naquela hora e nunca mais teria fim. Vós permaneceis no meio dos
discípulos como a sua Mãe, como Mãe da esperança. Santa Maria, Mãe de
Deus, Mãe nossa, ensinai-nos a crer, esperar e amar convosco. Indicai-nos o
caminho para o seu reino! Estrela do mar, brilhai sobre nós e guiai-nos no
nosso caminho!”
Spe Salvi (50) Segunda
Carta Encíclica – Papa Bento XVI
*Em 16 de
Julho - Festa de Nossa Senhora, a Virgem Maria do
Monte Carmelo
PROPÓSITO DO MÊS
Meditar e refletir
“Como cristãos, não basta
perguntarmo-nos: como posso colaborar na
minha salvação? Deveremos antes perguntar-nos: como posso colaborar na salvação
dos outros, a fim de que sejam salvos e nasça também para eles a estrela da
esperança? Então terei feito também o máximo pela minha salvação pessoal.” (Papa Bento XVI)
INTENÇÃO MENSAL
Oferecimento da oração do
Santo Terço à Virgem Maria, Mãe da esperança, para que nos ensine a crer,
esperar e amar.
Para aprofundar
Spe Salvi - Salvos na esperança – Segunda Carta
Encíclica - Papa Bento XVI