Tema Mensal - Junho
Maria, doce e firme Pastora
Jesus, então vendo sua mãe e, perto dela, o discípulo a quem amava, disse à sua mãe: “Mulher, eis teu filho! Depois disse ao discípulo: Eis tua mãe!” E a partir dessa hora, o discípulo a recebeu em sua casa. (Jo 19,26-27)
Quem é Maria? Por que é nossa mãe? Muitas vezes nos perguntamos isto, porém nossa piedade rapidamente volta o olhar de confiança, amor e súplica a alguém que consideramos muito próximo, a alguém que sabemos que cuida de nós e nos ama. Sempre que invocamos Maria nos sentimos abrigados sob seu manto de carinho; assim é Maria, sempre que escuta nossas orações, está pronta para nos ouvir e fortalecer.
Devemos distinguir as devoções entre rezar, ascender uma vela, fazer uma novena, levar flores, etc., atos que mostram que Maria é importante em nossa vida, que temos carinho por ela, mas não falam do verdadeiro amor. Para que nosso amor a Maria seja real, autêntico, para que no fundo de nossos corações realmente haja um fogo de amor por nossa mãe, devemos conhecê-la.
Para conhecer Maria devemos ler o evangelho e fazer orações, ou seja, nos dedicarmos como verdadeiros filhos. Quem não gostaria de conhecer como é sua mãe? A belíssima descrição de Maria nas Sagradas Escrituras, talvez em poucas palavras, expressa o essencial. Fala da grandeza de seu coração, bondoso, generoso, pronto para descobrir as necessidades dos seus filhos, e sobretudo um coração cheio de Deus, onde reinava o silêncio e a oração, um coração que percebia em toda a criatura a presença de Deus.
No Evangelho podemos encontrar algumas palavras de Maria, talvez poucas, porém substanciais e cheias de um humilde e lindo conteúdo, que nos fala do que Ela guardava em seu coração. Uma das primeiras palavras, é a resposta que dá a Deus através do anjo no dia da anunciação. Eis a sua resposta:
“Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra”. Que docilidade! Que entrega! Quanto amor a Deus! Maria escutou muito bem, talvez não tenha entendido completamente como, quando e de que forma iria nascer Jesus, o Messias tão prometido, pois nem tudo foi claro e lógico para ela, mas se abandona e se confia às mãos de Deus. No coração de Maria ficaram gravadas as palavras “nada é impossível a Deus”. Maria conhece Deus, ela é uma mulher de oração, de profunda vida interior, uma mulher que se dedica a viver sua vida cotidiana, ajuda nos trabalhos de casa, mas não está só, tudo faz por amor a Deus e se oferece a Ele. Deus encontra nessa sua filha um coração aberto e disponível para colaborar com seus planos.
Depois de conhecer um pouco mais sobre Maria, podemos nos perguntar como corresponder a tanto amor. Devemos nos lembrar que o mais importante é cultivado no interior de nossos corações, com nossas atitudes, desejos e intenções. Portanto, a autêntica piedade a Maria consiste na imitação de suas virtudes. Se conheço minha mãe, se a amo, só me resta imitá-la, pois um filho se aproxima mais de sua mãe quanto mais se parece com ela, em seu pensar, em seu querer e em seu atuar.
Imitar Maria é um desafio, porque nela encontramos uma infinidade de virtudes: humildade, fé, confiança, prudência, caridade, simplicidade, justiça, entrega, docilidade, piedade, enfim.... Mas não basta saber que Maria foi assim, temos que esforçar-nos para tornar nosso amor real, pois ele não pode ficar só em lindas idéias, sentimentos e contemplações. Nossa oração deve se tornar vida, e nossa vida uma oração. Mas como? fazendo um contínuo exercício do coração, dizendo-lhe: “coração, está na hora de acordar, é hora de ir mais rápido, no passo de Deus, não mais lento nem mais rápido, mas segundo a vontade de Deus”. Cada semana ou a cada quinze dias podemos escolher uma virtude e procurar exercitá-la em nossa vida, com simplicidade e realismo, com paciência, pois como seres humanos poderemos cair e equivocar-nos, mas com a graça de Deus alcançaremos nosso objetivo. Além do mais devemos nos lembrar que é Deus quem nos fará melhores, nos ajudará a trabalhar todas as virtudes. “Não podemos nada por nós mesmos, mas Com Deus tudo podemos”.
Podemos, por exemplo, exercitar a virtude da fé e devemos, em primeiro lugar, ver como Maria atuava. O que Maria faria se estivesse na situação em que me encontro? Como Maria exercitava sua fé? Ela via a mão providente e amorosa de Deus por trás de tudo. Maria não entendia tudo com racionalismo: um mais um = 2. Não, não é assim a vida com Deus. Ele é mais sábio que nós. E nossos caminhos não são os dele, portanto aquele que tem fé, não calcula, não mede, não especula, mas se deslumbra com a forma como Deus atua. Se entende, ótimo, se não entende não se preocupa, deixa que Deus atue. Os homens de fé são aqueles que tem cravadas em seu coração duas certezas: “Tudo colabora para o bem dos que amam a Deus” e “nada é impossível para Deus”. Nós sabemos que tudo o que Deus faz é porque nos ama e busca nosso maior bem. Portanto, que devo fazer para imitar a fé de Maria? Ver Deus por trás do que me acontece e abandonar-me à sua vontade. Ele tirará os maiores benefícios desta ou daquela circunstância concreta de minha vida, por pior que seja. A nós compete esperar, confiar e perseverar por meio da oração como ela o fez.
Rezar o terço em família e fazer visitas espontâneas e naturais a Maria, especialmente quando a Virgem Peregrina visita nossa casa. Que belas são aquelas tardes, onde toda a família se reúne em volta da mãe. O calor do lar se expande por meio do amor a Maria. Ela permanecerá com essa família e na casa reinará um espírito de amor e de paz. Quem pede a Maria com fé e insistência, pode ter assegurado o Céu e a unidade de sua família.
“Continuar amando o santo rosário e difundir sua prática em todos os ambientes. É uma oração que vos forma segundo os ensinamentos do Evangelho vivido, vos educa o ânimo à piedade, vos dá perseverança no bem, vos prepara para a vida e sobretudo vos leva a ser amados por Maria Santíssima, que vos protegerá e defenderá das insídias do mal”.
Rezar com Maria é simplesmente conversar com ela. Não se trata de grandes discursos, ela sabe que não são necessários. Para nos relacionarmos com ela devemos dizer-lhe como estamos, do que necessitamos, em que podemos ajudar; também podemos escutá-la como se estivéssemos conversando com nossa melhor amiga. Ela está sempre pronta a nos ouvir.
João Paulo II diz: “Da mesma forma, nós cristãos, devemos frequentemente nos dirigir a Maria, já que por Ela, graças ao Espírito Santo, recebemos o Cristo que nos fez conhecer a ternura do Pai celestial. Como poderemos viver nosso batismo sem contemplar Maria, bendita entre todas as mulheres, tão disposta a aceitar o dom de Deus? Cristo nos deu Maria como Mãe e a deu como Mãe à Igreja. Ela nos ensina o caminho. Mais ainda, intercede por nós. Vós conheceis bem este belo costume da Igreja de sinalizar a manhã, o meio-dia e a tarde com uma pausa de oração, o Ângelus, para repetir a Maria a primeira saudação do Anjo Gabriel e a sua resposta e entrarmos assim no mistério de Deus feito homem. Frequentemente, os sinos de vossas igrejas continuam vos convidando a essa oração, que agora vamos rezar juntos. Que Maria olhe por cada uma de vossas famílias e por cada uma de vossas cidades!”
Quem é Maria para mim? Estou convencido de que quanto mais conheço Maria, mais a amo? Que vou fazer para conhecê-la melhor: ler o evangelho e reservar tempo para a oração?
Estou disposta a ter mais detalhes de carinho com minha mãe, como rezar o terço em família e fazer visitas espontâneas a Maria?
PROPÓSITO DO MÊS
Neste mês procurarei ter todos os dias um propósito de imitar uma virtude de Maria, por exemplo: cultivar a virtude da paciência, escutando a meus entes queridos com tranquilidade e compreensão, já que Maria foi sempre paciente com os seus.
Por todas as mães do mundo, para que o exemplo de Maria se converta em verdadeiros pilares de seus lares, para que aprendam a amar com carinho e ternura seu esposo e seus filhos e compreendam a transcendência de sua grande missão.
BIBLIOGRAFIA
A verdadeira devoção à Maria de São Luis Grignon de Monfort
Equipe Virgem Peregrina da Família - Regional São Paulo
Virgem Peregrina da Família
