Dezembro
– 2015
“Porque
um menino nos nasceu, um filho nos foi dado, ele recebeu o poder sobre seus
ombros, e lhe foi dado este nome: Conselheiro-maravilhoso, Deus-forte,
Pai-para-sempre, Príncipe-da-paz...(Is
9.5)
“...
por sua misericórdia, fomos lavados pelo poder regenerador e renovador do
Espírito Santo, que ele ricamente derramou sobre nós, por meio de Jesus Cristo,
nosso Salvador...” (Tito
3.5-6)
“O
povo que andava nas trevas viu uma grande luz. (Is 9.1) Esta profecia de Isaías não cessa de nos
comover, especialmente quando a ouvimos na liturgia da noite de Natal. E não se
trata apenas de um fato emotivo, sentimental; comove-nos, porque exprime a
realidade profunda daquilo que somos: somos povo em caminho, e ao nosso redor –
mas também dentro de nós – há trevas e luz. E nesta noite, enquanto o espírito
das trevas envolve o mundo, renova-se o acontecimento que sempre nos maravilha
e surpreende: o povo em caminho vê uma grande luz. Uma luz que nos faz refletir
sobre este mistério: o mistério do andar e do ver.
Andar.
Este verbo faz-nos pensar no curso da história, naquele longo caminho que é a
história da salvação, com início em Abraão, nosso pai na fé, que um dia o
Senhor chamou convidando-o a partir, a sair do seu país para a terra que Ele
lhe havia de indicar. Desde então, a nossa identidade de crentes é a de pessoas
peregrinas para a terra prometida. Esta história é sempre acompanhada pelo
Senhor! Ele é sempre fiel ao seu pacto e às suas promessas. Porque fiel “Deus é
luz, e n’Ele não há nenhuma espécie de trevas” (1Jo 1.5). Diversamente, do lado
do povo, alternam-se momentos de luz e de escuridão, fidelidade e infidelidade,
obediência e rebelião; momentos de povo peregrino e momentos de povo errante.
E,
na nossa história pessoal, também se alternam momentos luminosos e escuros,
luzes e sombras. Se amamos a Deus e aos irmãos, andamos na luz; mas, se o nosso
coração se fecha, se prevalece em nós o orgulho, a mentira, a busca do próprio
interesse, então calam as trevas dentro de nós e ao nosso redor. “Aquele que
tem ódio ao seu irmão” – escreve o Apóstolo João - “está nas trevas e nas
trevas caminha, sem saber para onde vai, porque as trevas lhe cegaram os olhos.”
(1Jo 2.11) Povo em caminho, mas povo peregrino que não quer ser povo errante.
“Manifestou-se
a graça de Deus, que traz a salvação para todos os homens.” (Tito 2.11) A graça
que se manifestou no mundo é Jesus, nascido da Virgem Maria, verdadeiro homem e
verdadeiro Deus. Entrou na nossa história, partilhou o nosso caminho. Veio para
nos libertar das trevas e nos dar a luz. N’Ele
manifestou-se a graça e a misericórdia, a ternura do Pai: Jesus é o Amor feito
carne. Não se trata apenas de um mestre de sabedoria, nem de um ideal para
o qual tendemos e do qual sabemos estar inexoravelmente distantes, mas é o
sentido da vida e da história que pôs a sua tenda no meio de nós.
O
nosso Pai é paciente, ama-nos, dá-nos Jesus para nos guiar no caminho para a
terra prometida. Ele é a luz que ilumina as trevas. Ele é a misericórdia: o
nosso Pai perdoa-nos sempre. Ele é a nossa paz.”
O
espírito de Natal - (pág. 41) - O mistério do andar e do ver - Papa Francisco
“Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do
Pai. ... Precisamos sempre contemplar o mistério da misericórdia. É fonte
de alegria, serenidade e paz. É condição da nossa salvação. Misericórdia: é a
palavra que revela o mistério da Santíssima Trindade. Misericórdia: e o ato
último e supremo pelo qual Deus vem ao nosso encontro.
Misericórdia:
é a lei fundamental que mora no coração de cada pessoa, quando vê com olhos
sinceros o irmão que encontra no caminho da vida. Misericórdia: é o caminho que
une Deus e o homem, porque nos abre o coração à esperança de sermos amados para
sempre, apesar da limitação do nosso pecado.
Há
momentos em que somos chamados, de maneira ainda mais intensa, a fixar o olhar
na misericórdia, para nos tornarmos nós mesmos sinal eficaz do agir do Pai. Foi
por isso que proclamei um Jubileu
Extraordinário da Misericórdia como tempo favorável para a Igreja, a fim de
se tornar mais forte e eficaz o testemunho dos crentes.
O Ano Santo abrir-se-á
no dia 08 de dezembro de 2015, solenidade da Imaculada Conceição. Esta
festa litúrgica indica o modo de agir de Deus desde os primórdios da nossa
história. Depois do pecado de Adão e Eva, Deus não quis deixar a humanidade
sozinha e à mercê do mal. Por isso, pensou e quis Maria santa e imaculada no
amor (Ef
1.4), para
que se tornasse a Mãe do Redentor do homem. Perante a gravidade do pecado, Deus
responde com a plenitude do perdão. A misericórdia será sempre maior do que
qualquer pecado, e ninguém pode colocar um limite ao amor de Deus que perdoa. Na
festa da Imaculada Conceição, terei a alegria de abrir a Porta Santa. Será
então uma Porta da Misericórdia, onde
qualquer pessoa que entre poderá experimentar o amor de Deus que consola,
perdoa e dá esperança.
No
domingo seguinte, o Terceiro Domingo de Advento, abrir-se-á a Porta Santa na
Catedral de Roma, a Basílica de São João de Latrão. E em seguida será aberta a
Porta Santa nas outras Basílicas papais. Estabeleço que no mesmo domingo, em
cada Igreja particular - na Catedral, que é a Igreja-mãe para todos os fiéis,
ou na con-catedral, ou então numa Igreja de significado especial - se abra
igualmente, durante todo o Ano Santo, uma “Porta
da Misericórdia”. Por opção do Ordinário, a mesma poderá ser aberta também
nos Santuários, meta de muitos peregrinos que frequentemente, nestes lugares
sagrados, se sentem tocados no coração pela graça e encontram o caminho da
conversão. ...
Escolhi
a data de 08 de dezembro porque é cheia de significado na história recente da
Igreja. Com efeito, abrirei a Porta Santa no cinqüentenário da conclusão do
Concílio Ecumênico Vaticano II.
O rosto da misericórdia - Misericordiae vultus - Papa Francisco
“O
pensamento volta-se para a Mãe da Misericórdia. A doçura do seu olhar nos
acompanhe neste Ano Santo, para podermos todos nós redescobrir a alegria da
ternura de Deus.
Escolhida
para ser a Mãe do Filho de Deus, Maria foi preparada desde sempre, pelo amor do
Pai, para ser a Arca da Aliança, entre Deus e os homens. Guardou, no seu
coração, a misericórdia divina em perfeita sintonia com o seu Filho Jesus.”
Misericordiae
vultus - Papa Francisco
O Ano Jubilar terminará
na solenidade litúrgica de Jesus Cristo, Rei do Universo, em 20 de novembro de
2016.
PROPÓSITO DO MÊS
Meditar
e refletir: “Já passaram dois mil
Natais. Setecentos anos antes, Isaías tinha profetizado que nasceria um Menino
que se chamaria Emanuel, “Deus conosco”. Um Deus conosco que, desde sempre,
quer ser um Deus com todos. Dois mil Natais, e este Menino destaca-Se do
seu Povo fiel, de nós mesmos. Continua a
passar confiante pelas nossas mãos, num gesto de entrega que é a Eucaristia: Eu
sou o Deus convosco, como se o estivesse a repetir no seu silêncio a cheirar a
pão”
O espírito de Natal - (pág. 119)
Deus conosco - Papa Francisco
INTENÇÃO MENSAL
Oferecimento
da oração do Santo Terço à Virgem Santíssima, Mãe da Misericórdia: “A doçura do seu olhar nos acompanhe neste
Ano Santo, para podermos todos nós redescobrir a alegria da ternura de Deus”.
Misericordiae vultus - Papa Francisco
Para aprofundar:
O
espírito de Natal - (pág. 41) O mistério
do andar e do ver - (pág. 117) Deus conosco - Papa Francisco
O
rosto da misericórdia-Bula de proclamação do Jubileu Extraordinário da
Misericórdia - Papa Francisco
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