"O Pai compraz-se em contemplar-Te como a obra-prima das suas mãos,
o Filho como a fonte de onde brotou o sangue que nos redimiu,
o Espírito como o seu maior templo."
Oração do Santo Cura d'Ars, à Nossa Senhora
Junho - 2017
(Ano
A)
Maria “Mãe de Deus Filho e,
portanto,
filha predileta do Pai e sacrário
do Espírito Santo” (L.G. 53)
“A graça do Senhor
Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos
vós!” (2
Cor. 13. 13)
“Santuário da Santíssima Trindade”. Assim foi designada Maria de
Nazaré, por São Luís Maria de Montfort.
Maria
é o lugar puríssimo da Presença divina, a “Arca da Aliança” coberta pela sombra
do Espírito, a morada santa do Verbo encarnado. “Mãe de Deus Filho e, portanto, filha predileta do Pai e sacrário do
Espírito Santo”, resume o Segundo Concílio do Vaticano.
Na
cena da Anunciação encontramos a revelação de Deus Trindade. O anjo traz à
Maria a saudação do Pai, anuncia-lhe a encarnação do Filho, revela-lhe que o
Espírito Santo a cobrirá com a sua sombra.
Na
carta de São Paulo aos Gálatas também se vislumbra a Mãe de Jesus inserida num
contexto trinitário: “... ao chegar à plenitude dos tempos, Deus enviou o seu
Filho, nascido de mulher... para nós recebermos a adoção de filhos. E, porque
sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que
clama: Abbá! - Pai!”
(Gal 4.4-6)
Neste
texto - que é, historicamente, o primeiro em que se faz alusão à Mãe de Jesus
-, Paulo celebra, por um lado, a caridade do Pai, o envio do Filho e a doação
do Espírito Santo e, por outro, o papel
materno da “mulher”.
Ela
não é citada pelo nome, mas subentende-se que é Maria. A Trindade é a fonte da
salvação; Maria, a mulher escolhida para chegar ao mundo o Salvador.
A
graça da salvação é possível porque, na altura própria, de Maria toma corpo o
Filho de Deus, e nós entramos a fazer parte da mesma família: orgulhamo-nos do mesmo
Pai, somos habitados pelo mesmo Espírito, temos Jesus Cristo como irmão e até
chamamos Mãe à sua própria Mãe.
Abílio
Pina Ribeiro
Para
entrar na órbita da salvação, o homem há de crer no amor de Deus Trindade e há
de reconhecer este amor em Cristo que o encarna e foi enviado “a fim de que
todo o que nele crer, não pereça, mas tenha a vida eterna”. Crer em Cristo é
crer na Trindade: no Pai que o enviou, no Espírito Santo que o guiou no
cumprimento de sua missão.
O
mistério trinitário é a fonte do mistério de Cristo,
fonte
da salvação universal, fonte da vida cristã.
Compreendemos,
agora, a bela forma trinitária de S. Paulo que termina a segunda carta aos
Coríntios: “A graça do Senhor Jesus
Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós” (2
Cor 13.13) O Apóstolo a todos deseja a graça da salvação
merecida por Cristo; deseja-lhes o amor do Pai, causa da salvação; deseja-lhes,
por fim, a comunhão do Espírito Santo por quem graça e amor são derramados no
coração dos fiéis e são estes assumidos na comunhão do Pai e do Filho. Assim
entra o homem, por meio de Cristo, no ritmo da vida trinitária, vida de amor e
de comunhão com as três Pessoas divinas que nele habitam.
Gabriel de Sta. Ma. Madalena,
O.C.D.
PROPÓSITO DO MÊS
Meditar e refletir
“A graça da
salvação é possível porque, na altura própria, de Maria toma corpo o Filho de
Deus, e nós entramos a fazer parte da mesma família: orgulhamo-nos do mesmo
Pai, somos habitados pelo mesmo Espírito, temos Jesus Cristo como irmão e até
chamamos Mãe à sua própria Mãe.”
INTENÇÃO MENSAL
Oferecimento da
oração do Santo Terço, pedindo à Virgem Maria: “fazei com que, professando a
verdadeira fé, reconheçamos a glória da Trindade e adoremos a Unidade
onipotente”.
Para aprofundar
Nossa Senhora do Evangelho
- “Fazei o que Ele vos disser” - Abílio Pina Ribeiro
Intimidade Divina -
Gabriel de Sta. Ma. Madalena, O.C.D.
Constituição
Dogmática “Lumen Gentium” - Doc. 53 - Compêndio do Vaticano II
*A obra que ilustra
o Tema Mensal - junho 2017, é de Diego Velázquez: “A Santíssima Trindade
coroando a Virgem” - Museu do Prado - Madri - Espanha.