“E
eis que Eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos!”
(Mt.
28.20)
“Eu
sou o Alfa e o Ômega, Aquele que é, Aquele que era e Aquele que vem”
(Ap.
1.8)
Após ter considerado todos os mistérios da Salvação - desde o
nascimento de Cristo até Pentecostes -, a Igreja eleva o olhar para o mistério
primordial do cristianismo, a Santíssima Trindade, fonte de todo dom e de todo
bem. E convida os fiéis a cantar seus louvores: “Glória ao Pai, ao Filho, ao Espírito Santo, ao Deus que é, que era e
que vem”.
A
revelação da Santíssima Trindade pertence ao Novo Testamento. (...)
Com a vinda de Cristo, Deus se revela ao homem no mistério de
sua vida íntima, da perfeição e fecundidade de seu ato de conhecimento e de
amor, pelo qual é Pai que gera o Verbo, é comunhão da qual procede o Espírito
Santo e, o que é mais admirável, entra Deus doravante em relação com os homens,
não só como único Senhor e Criador, mas também como Trindade! Ele é Pai que os
ama como filhos em seu único Filho e na comunhão do Espírito Santo.
Intimidade Divina - Gabriel de
Sta. Ma. Madalena, O.C.D.
“O Pai compraz-se em contemplar-Te
como a obra-prima das Suas mãos, o Filho como a fonte de onde brotou o sangue
que nos redimiu, o Espírito como o seu maior Templo.”
Santo
Cura d’Ars
Enquanto Virgem, Maria está diante do Pai como receptividade
pura; torna-se com Ele fonte de vida. Ela é a Esposa em que se realizam as
núpcias de Deus com a humanidade. “Deus escolhe uma Virgem para se manifestar,
uma Mãe para se comunicar, uma Esposa para fazer aliança com a humanidade”.
(B. Forte, “Maria, ícone do Mistério”,
in communio, pg.24.)
A este ponto, como não pensar na Igreja? Não é também ela
suscitada pela admirável iniciativa do desígnio do Pai e pelas missões do Filho
e do Espírito Santo? Não admira que se habituassem os cristãos a ver Maria como
as primícias da Igreja. Ela é a Mulher-Igreja, a Filha de Sião em que as
promessas messiânicas se cumprem plenamente. Os mesmos símbolos são aplicados,
alternada ou simultaneamente, a Maria e à Igreja: Nova Eva, Escada de Jacob,
Arca da Aliança. (...)
Na figura concreta da Mãe do Senhor, a Igreja encontra o modelo
da fé virginal, da caridade materna e da aliança esponsal, a que deve aspirar. Em
Maria, “...a Igreja contempla com alegria,
como numa imagem puríssima, o que ela mesma, toda ela, deseja e espera ser”.
(Sacrosanctum Concilium n.103)
Nossa Senhora do Evangelho - Abílio
Pina Ribeiro
Maria é inspiração e companhia para quem se dispõe a seguir
Jesus Cristo. Ela é modelo para a Igreja inteira. Contemplando o seu “sim”, o
ser humano acolhe o Verbo no qual tudo tem princípio e é a própria finalidade
da criação. Percorrer os passos de Maria registrados na Sagrada Escritura é
recuperar a memória de fatos que determinaram a História da salvação.
Com Maria, a humanidade vai ao encontro de Deus da forma mais
perfeita. Maria é, assim, duplamente Mãe, porque, antes de gerar Cristo na
carne, o concebeu na fé. Nela, a
maternidade transcende os limites biológicos e humanos e se abre para as
infinitas possibilidades da Trindade Santíssima. Ela acolhe o desígnio do Pai,
como filha eleita. Aceita incondicionalmente o Verbo de Deus em seu ventre,
como Mãe digna do Filho. Disponibiliza todo o seu ser, sem nada reter para si,
deixando-se cobrir pela sombra do Espírito, do qual se torna esposa. Nesse
sentido, bem adequadas são as aclamações do hino bizantino Akáthistos: “Salve filha do teu
Filho! Ave, virgem e esposa!”. (...)
A Virgem foi a criatura humana que viveu plenamente na
fidelidade ao Senhor. Foi capaz de colaborar com ele através do seu fiat
(faça-se). Aquela que gerou o Messias para o mundo é também Mãe da esperança e
causa de alegria para quem espera o Reino definitivo. Ela é virgem, mãe e
esposa, fiel e perfeita discípula de seu Filho. Sua presença de mãe, mulher,
discípula e aurora aponta para o Sol {Cristo} que não conhece ocaso.
Na perspectiva da Mariologia Cristocêntrica, compreende-se a invocação
que repetidas vezes o povo cristão reza: “Rogai
por nós Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo!”. O
Cristo que cumpriu as promessas messiânicas, através da ressurreição, abriu o
Reino dos céus para a humanidade. O Deus fiel, o Deus de Abraão, Isaac e Jacó,
o Deus que ressuscitou Jesus dentre os mortos há de cumprir o que prometeu: a
vitória da vida sobre a morte. Nesse caminho, Maria é sinal indicativo e Mãe
intercessora para que se cumpra a esperança que seu Filho semeou no coração da
Igreja.
A Virgem Maria testemunha nosso destino futuro no Cristo total (Ef.
1.10). Ela se apresenta em nossa vida
não apenas para escutar as súplicas que se elevam em cada Santuário ou para
atender nossas necessidades terrenas. Sua principal missão é nos tornar
ressuscitados, herdeiros do Reino do Pai, anunciado por Cristo e revelado no
Espírito.
Eis
tua Mãe Síntese de Mariologia - Leomar A. Brustolin
PROPÓSITO
DO MÊS
Meditar
e refletir:
“Ela
acolhe o desígnio do Pai, como filha eleita. Aceita incondicionalmente o Verbo
de Deus em seu ventre, como Mãe digna do Filho. Disponibiliza todo o seu ser,
sem nada reter para si, deixando-se cobrir pela sombra do Espírito, do qual se
torna esposa.”
INTENÇÃO
MENSAL
Oferecimento da oração do Terço à Nossa Senhora, “pela presença
do Espírito Santo na missão dos leigos”
PARA
APROFUNDAR
Intimidade Divina - pág. 1144 - Gabriel de Sta. Ma. Madalena,
O.C.D.
Nossa Senhora do Evangelho “Fazei o que Ele vos disser” - pág. 223 - Abílio Pina Ribeiro
Eis tua Mãe - Síntese de Mariologia - pág. 119 - Leomar A. Brustolin
*A obra que ilustra o Tema Mensal de Maio 2018, é de Andrej
Rublev - “Santíssima Trindade”
M.C.V.F.
www.virgemperegrina.org.br
Baixe este e Temas de meses anteriores - Arquivos em Word