Janeiro 2022
(Ano C)
“Bendita
és Tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre” (Lc
1.42)
“Ajoelharam-se diante dele e O adoraram!” (Mt 2.1-11)
A oração de Maria nos é revelada
na aurora da plenitude dos tempos. Antes da Encarnação do Filho de Deus e antes
da efusão do Espírito Santo, sua oração coopera de maneira única com o plano
benevolente do Pai; na Anunciação para a concepção de Cristo, em Pentecostes
para a formação da Igreja, Corpo de Cristo.
Catecismo da Igreja Católica - 2617
Quando o mundo ainda não a conhece, quando é uma simples donzela, noiva de um homem da casa de David, Maria reza. Podemos imaginar a jovem de Nazaré, recolhida em silêncio, em diálogo contínuo com Deus, que em breve lhe teria confiado a sua missão. Ela já é cheia de graça e imaculada, desde a concepção, mas ainda nada sabe sobre a sua vocação surpreendente e extraordinária, e sobre o mar tempestuoso que terá de sulcar. ...
Maria encontra-se em oração, quando o arcanjo Gabriel vai levar-lhe o anúncio a Nazaré. O seu “Eis-me!”, pequeno e imenso, que naquele momento faz saltar de alegria toda a criação, na história da salvação tinha sido precedido por muitos outros “eis-me!”, por muitas obediências confiantes, por tantas disponibilidades à vontade de Deus. Não há melhor maneira de rezar do que colocar-se, como Maria, em atitude de abertura, de coração aberto a Deus:
“Senhor, o que Tu quiseres, quando Tu quiseres e como Tu quiseres!”. ...
Com a oração, Maria acompanha toda a vida de Jesus, até a morte e Ressurreição; e no final continua, e acompanha os primeiros passos da Igreja nascente. Maria reza com os discípulos que atravessaram o escândalo da cruz. Reza com Pedro, que sucumbiu ao medo e chorou de remorso. Maria está ali, com os discípulos, no meio dos homens e das mulheres que o seu Filho chamou para formar a sua comunidade....
A presença de Maria é por si só oração, e a sua presença entre os discípulos no Cenáculo, à espera do Espírito Santo, é orante. Assim, Maria dá à luz a Igreja, é Mãe da Igreja.
Na Virgem Maria, a natural intuição feminina é exaltada pela sua união singular com Deus na oração. Por esse motivo, lendo o Evangelho, observamos que às vezes Ela parece desaparecer, para depois reaparecer nos momentos cruciais: Maria está aberta à voz de Deus que guia o seu coração, que orienta os seus passos onde a sua presença é necessária. Presença silenciosa de mãe e de discípula. Maria está presente porque é Mãe, mas está presente também porque é a primeira discípula, aquela que melhor aprendeu as coisas de Jesus. Maria nunca diz: “Vinde, resolverei os problemas”. Mas diz: “Fazei o que Ele vos disser”, indicando sempre com o dedo Jesus. Esta atitude é típica do discípulo, e Ela é a primeira discípula: reza como Mãe, ora como discípula.
“Maria conservava todas estas palavras, ponderando-as no seu coração”. Assim o Evangelista Lucas retrata a Mãe do Senhor no Evangelho da infância. Tudo o que acontece ao seu redor acaba por ter um reflexo no fundo do seu coração: tanto os dias cheios de alegria, como os momentos mais sombrios, quando até Ela tem dificuldade de compreender por que caminhos deve passar a rezar na liturgia.
Tudo acaba no seu coração, para poder ser joeirado mediante a oração e por ela transfigurado. Quer sejam as dávidas dos Magos, quer a fuga para o Egito, até à tremenda sexta-feira da Paixão: a Mãe conserva tudo, apresentando-o a Deus no seu diálogo com Ele. Alguém comparou o coração de Maria com uma pérola de esplendor inigualável, formada e limada pela aceitação paciente da vontade de Deus, através dos mistérios de Jesus meditados na oração. Que bom se também nós pudéssemos assemelhar-nos um pouco à nossa Mãe! Com o coração aberto à Palavra de Deus, com o coração silencioso, com o coração obediente, com o coração que sabe receber a Palavra de Deus, deixando-a crescer com uma semente do bem da Igreja. A Oração - Papa Francisco
Neste início de ano, temos oportunidade privilegiada de recomeçar, trilhando, com esperança, o caminho da fraternidade indicado pelo Papa Francisco. “A esperança é ousada, sabe olhar para além das comodidades pessoais, das pequenas seguranças e compensações que reduzem o horizonte, para se abrir aos grandes ideais que tornam a vida mais bela e digna”
D. Sergio da Rocha
PROPÓSITO
DO MÊS
Meditar
e refletir: “Na fé de sua humilde serva, o Dom de Deus - ou seja, o Espírito
Santo - encontra o acolhimento que Ele esperava desde o início dos
tempos.”
INTENÇÃO
MENSAL
Oferecimento do Santo Terço à
Santíssima Virgem Maria, rezando: “Senhor, o que Tu quiseres, quando Tu
quiseres e como Tu quiseres!”.
PARA APROFUNDAR
Catecismo da Igreja
Católica ns. 2617 - 2618 - 2619
A Oração - Papa Francisco
*A obra que ilustra o Tema Mensal
- Janeiro 2022 (Ano C): “Adoração dos Reis Magos”, é de: Pe. Marko Ivan Rupnik - Está na Catedral de
Madrid – Espanha.
M.C.V.F.
www.virgemperegrina.org.br
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