Guia de Temas Mensais

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O Guia de Temas Mensal visa promover um maior aprofundamento nos momentos de reflexão em grupo, pois estes são importantes para a formação e o crescimento integral individual e do grupo no despertar e fortalecimento da fé e da doutrina da Igreja. O Guia de Temas Mensais é um apoio no trabalho de Evangelização através da Capela Peregrina de Nossa Senhora de Guadalupe.

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1 de dez. de 2018

Tema Mensal - dezembro 2018

Dezembro - 2018
(Ano B)
“A graça de Deus manifestou-se para a salvação de todos os homens.” (Tt 2.11)


“...viram o Menino com Maria, Sua Mãe.” (Mt 2.11)

Ao verem a estrela, sentiram grande alegria; e, entrando na casa, viram o Menino com Maria, Sua Mãe. Prostrando-se, adoraram-n’O; e, abrindo seus cofres, ofereceram-Lhe presentes: ouro, incenso e mirra. (Mt 2.1-2.10-11)

Já na arte paleocristã os Magos oferecem presentes ao Menino sentado no braço da Sua Mãe, colocada num trono (a porta de madeira de Santa Sabina em Roma); outras vezes, a Mãe de Deus domina o centro, rodeada simetricamente pelos Magos e pelos pastores; outras vezes ainda, como em Santa Maria Antiqua em Roma, (séc. VII), o primeiro rei Mago se ajoelha diante de Maria e do Menino, enquanto José está por trás da Virgem e um Anjo indica a estrela e o caminho. Na Idade Média, sobretudo nos tímpanos das Catedrais Góticas, a representação da adoração dos Magos enquadra retratos de Nossa Senhora, e as palas dos altares começam a encher o fundo da cena de pormenores. No Renascimento, a centralidade da Mãe com o Menino diminui e cresce o gosto pelo vestuário faustoso dos Magos e pelas curiosidades do seu cortejo exótico. Curiosidades que se acentuam com a arte barroca que exacerba o aspecto cenográfico. É, contudo certo que o eixo central da narração célebre dos Magos está precisamente naquele versículo: “Viram o Menino com Maria, Sua Mãe e, prostrando-se, adoraram-nO”. A Theotókos aparece aqui na sua função fundamental de gerar e de oferecer ao mundo o Seu Filho Divino.

A narração de Mateus (2.1-12)... é na realidade densa de simbolismos e carregada de referencias teológicas alusivas, é um embutido de citações e de temas bíblicos...

O coração do trecho, é Cristo...  No interior da narração e em contraponto opõem-se luz e trevas, representação do bem e do mal. Sobre o Menino Jesus e Sua Mãe projeta-se o grande duelo da aventura humana, tipificado em Herodes e nos Magos. A Belém, cidade de David, opõem-se a Jerusalém, cidade de Herodes; à procura homicida de Herodes contrapõe-se a procura amorosa dos Magos; ao medo sucede a alegria; à interrogação: “Onde está o rei dos Judeus?”,  sucede o alegre:  “Viram o Menino e Sua Mãe; à noite sobrepõe-se a estrela que ilumina a obscuridade; a estrela aponta mas também  desaparece; os  sumos  sacerdotes e  os  escribas  conhecem  a  verdade  sobre o Messias, mas não O sabem reconhecer. Emerge, então, ao lado do acolhimento, a recusa, encarnada em Herodes, nos sacerdotes e em “toda a cidade de Jerusalém”.

Mas o vértice é representado pela luz. Sobre o pano de fundo da narração, domina efetivamente a estrela acerca da qual, como afirmava o grande exegeta Pe. Lagrange, nos informa muito mais a Teologia do que a Astronomia. ... Na realidade, a referencia mais “iluminadora” está na própria Bíblia, talvez no oráculo do Mago Balãao, um pagão tal como os Magos, que bendiz Israel por direta vocação divina dizendo: “Uma estrela desponta de Jacob e um cetro surge de Israel”... (Nm 24.17) Tal passagem tornou-se depois no judaísmo um texto Messiânico. O Apocalipse chama a Cristo “a estrela da manhã”  (Ap 2.28;22.16). A luz torna-se depois o compêndio do Natal de Cristo no seio de toda a tradição Cristã.

O simbolismo da luz, que marca o encontro entre Deus e o homem no nascimento de Cristo, leva-nos a uma outra imagem dominante na narração dos Magos, a imagem do caminho. A estrela indica um caminho, é uma espécie de revelação cósmica como a coluna de fogo que guiava o Israel do Êxodo. De fato, ela é chamada no texto evangélico “a sua estrela” (do Messias).

A viagem dos Magos é, o símbolo da vida cristã entendida como seguimento e procura, como caminho sobre as pegadas de Cristo, como desapego das coisas e da inércia. 

Como os Magos, “muitos vêm do Oriente e do Ocidente e sentam-se à mesa com Abraão, Isaac e Jacob no Reino dos Céus” (Mt 8.11). Entre estes está quem tem ainda a fé vacilante e, como disse Paulo no seu discurso ateniense, “vai tateando” na procura de Deus (At 17.27). Mas há também o crente genuíno, que, mesmo com os silêncios de Deus e o obscurecer-se temporário da estrela, permanece fiel e acaba por chegar ao “Menino e a Maria Sua Mãe”. É significativo o pequeno quadro final da narração dos Magos: eles são já representados como crentes perfeitos, “prostrados em adoração”. O objetivo da sua peregrinação não era, de fato, ir à procura de uma personagem célebre para a interrogar ou assistir a golpes de cena espetaculares. Não, eles afirmam sem hesitações a quem os interroga: “Viemos adorá-lO”.

Os Rostos de Maria na Bíblia – Gianfranco Ravasi


PROPÓSITO DO MÊS

MEDITAR E REFLETIR
“A viagem dos Magos é, o símbolo da vida cristã entendida como seguimento e procura, como caminho sobre as pegadas de Cristo, como desapego das coisas e da inércia.”

INTENÇÃO MENSAL
Oferecimento do Santo Terço à Santíssima Virgem Maria, para que: “Jesus Cristo ilumine os caminhos da humanidade.”

PARA APROFUNDAR:
Os Rostos de Maria na Bíblia – Gianfranco Ravasi

*A obra que ilustra o Tema Mensal - Dezembro 2018: “Natividade” - Jean Baptiste Marie Pierre - século XVIII.


M.C.V.F.
www.virgemperegrina.org.br

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