Guia de Temas Mensais

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O Guia de Temas Mensal visa promover um maior aprofundamento nos momentos de reflexão em grupo, pois estes são importantes para a formação e o crescimento integral individual e do grupo no despertar e fortalecimento da fé e da doutrina da Igreja. O Guia de Temas Mensais é um apoio no trabalho de Evangelização através da Capela Peregrina de Nossa Senhora de Guadalupe.

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31 de mai. de 2019

Tema Mensal - Junho 2019


Junho – 2019
(Ano C)

“...o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, partiu-o e disse:
Isto é o meu corpo, que é para vós; fazei isto em memória de mim”. (1Cor 11.24)


“... após a ceia, também tomou o cálice dizendo: Este cálice é a nova Aliança, em meu sangue; todas as vezes que dele beberdes, fazei-o em memória de mim” (1cor 11.25)

O Novo Testamento fala muito em termos especulativos a respeito da Parusia de Cristo, mas se refere a ela do começo ao fim no contexto eucarístico e parenético. O testemunho prático da expectativa escatológica dos cristãos é a celebração da Ceia Eucarística, por meio da qual a “morte de Cristo é anunciada até que Ele venha” - “Todas as vezes, pois, que comeis desse pão e bebeis desse cálice, anunciais a morte do Senhor até que Ele venha”. (1Cor 11.26). Tanto no ato quanto na promessa, a Ceia evoca a morte de Cristo e antecipa sua vinda em glória. A Ceia em si é celebrada na expectativa da Parusia. Por isso a exclamação Marán athá terá tido seu lugar na celebração da Ceia.

A Igreja implora o Cristo presente no Espírito de Deus pela vinda de seu Reino. Por isso a comunhão Eucarística em torno da Ceia é compreendida como adiantamento e representação antecipada da grande Ceia dos povos, na qual todas as pessoas se fartarão.

Conquanto a expectativa da Parusia tem forte cunho apocalíptico, a parênese incute  “a perseverança” até o fim: “Sede pacientes, fortalecei os vossos corações, pois a Parusia do Senhor está próxima” (Tg 5.8). “Aquele que perseverar até o fim, esse será salvo” (Mt 10.22; 24.13). ...

Conquanto a expectativa da Parusia está determinada mais pela recordação de Cristo, ela conclama a uma nova forma de vida na Comunhão com Cristo. O “dia” está próximo, por isso já podem “ressuscitar” nesta vida: “Desperta, ó tu que dormes, levanta-te dentre os mortos, e Cristo te iluminará” (Ef 5.14; Rm 13.11). Eles são “filhos da luz” (Ef 5.8s) e deverão viver como filhos da luz, abandonar “as obras das trevas” e “tomar as armas da luz” (Rm 13.12). Com esse simbolismo da luz é descrito o Reino de Cristo e a nova criação. Embora ainda seja escuro neste tempo da violência e da injustiça, os crentes podem antecipar a luz da nova criação e viver já aqui do futuro de Cristo.
                      O Caminho de Jesus Cristo - Cristologia em dimensões Messiânicas - J. Moltmann


Na vida segundo a natureza, a dor, o sofrimento, a morte, são derrotas às quais é impossível escapar, bem como ao insucesso, ao fracasso, ao mal. A reação espontânea do eu individual ao fracasso da sua afirmação pessoal, do seu projeto, ou perante uma doença que avança inexoravelmente, é normalmente violenta ou de rendição total, de abandono a uma posição niilista. Na vida nova, também estas realidades vão ser sacramentalmente alicerçadas no Corpo de Cristo.

Quando, pelos motivos mais diversificados, se cede à tentação, começa a enfraquecer o laço de amor com o Pai e acabamos por centrar o nosso olhar novamente sobre nós mesmos, deixando-nos guiar pelas vozes que desejam proteger o eu, começamos a afogar-nos nas vagas do mal. Tal como S. Pedro, quando deu os primeiros passos sobre as ondas da água, mas, depois, com medo do escuro, da profundidade, do vento contrário, do desconhecido que estava por baixo, desviou o olhar de Cristo para si e começou a afundar-se nas águas. A relação com Cristo, que antes era tão forte a ponto de tornar firme até o mar, agora diminui, e Pedro começa a afogar-se, cedendo ao medo (cf. Mt 14.22-23).

Todo o pecado é uma espécie de regresso à vida do indivíduo, retornar a consciência do eu individual. Qualquer pecado é uma ferida infligida ao amor e à relação. Por isso, é regressar a uma existência isolada.

Neste sentido, a Reconciliação é verdadeiramente a “irmã do Batismo”, como lhe chamavam os Padres da Igreja, porque reintroduz o homem no Corpo de Cristo e restitui-lhe o Espírito Santo, Senhor da Comunhão e do Amor. Como afirma a Lumen Gentium,  LG 11, este sacramento é o Sacramento da Reconciliação com a Igreja, porque não é possível a reconciliação com o Pai a não ser como filhos, mas não podemos sê-lo enquanto indivíduos, somente quando temos a vida do Filho, que é vida de comunhão. A reconciliação com o Pai acontece no Filho. Quando estou reconciliado no seu Corpo, sinto uma gratidão ainda mais presente, total, inteira, diante do Pai. A reconciliação reúne-nos com o Corpo de Cristo, reinsere-nos na vida como comunhão e é, por isso, um aumento de gratidão. ...

Como afirma S. Paulo: “Estou convencido de que os sofrimentos do tempo presente não têm comparação com a glória que há de revelar-se em nós”  (Rm 8.18). ...

O homem espiritual não se desespera pelo tempo que escapa, os anos que passam, as doenças que chegam. Fá-lo não por heroísmo, mas pela certeza do seu resultado, do seu significado nas chagas de Cristo, lá onde as feridas, as ofensas, as bofetadas, os esputos, são transfigurados em luz, que não tem ocaso, e em perfume do Ressuscitado.
                                                                                       Segundo o Espírito - Marko Ivan Rupnik



PROPÓSITO DO MÊS

Meditar e refletir:
“... a Reconciliação é verdadeiramente a “irmã do Batismo”, como lhe chamavam os Padres da Igreja, porque reintroduz o homem no Corpo de Cristo e restitui-lhe o Espírito Santo, Senhor da comunhão e do amor. A reconciliação com o Pai acontece no Filho. Quando estou reconciliado no seu Corpo, sinto uma gratidão ainda mais presente, total, inteira, diante do Pai”.

INTENÇÃO MENSAL
Oferecimento da oração do Santo Terço à Virgem Maria, “Pelos sacerdotes, para que, com a simplicidade e a humildade de sua vida, se empenhem numa solidariedade ativa para com os mais pobres.”.

PARA APROFUNDAR
O Caminho de Jesus Cristo - Cristologia em Dimensões Messiânicas - Jurgen Moltmann
Segundo o Espírito –A teologia espiritual a caminho com a Igreja do Papa Francisco- Marko Ivan Rupnik

*Ilustra o Tema Mensal - Junho 2019, “A última Ceia”, de Leonardo Da Vinci e está na Igreja de Sta. Maria delle Grazie - Milan - Itália.



M.C.V.F.

www.virgemperegrina-sp.blogspot.com




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