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2 de mai. de 2019

Tema Mensal - Maio 2019

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Maio - 2019
(Ano C)

“Apareceu no Céu um grande sinal: uma Mulher vestida de sol...” (Ap. 12.1)

“Quem é essa que desponta como a aurora...” (Can 6.10)

“Apareceu no Céu um grande sinal: uma Mulher vestida de sol, com a lua debaixo dos pés e com uma coroa de doze estrelas na cabeça. Estava grávida e gritava com as dores do parto e o tormento de dar à luz. Apareceu ainda outro sinal no Céu: era um grande dragão de fogo com sete cabeças e dez chifres, e nas cabeças tinha sete diademas... O dragão colocou-se diante da Mulher que estava para dar à luz, a fim de lhe devorar o filho quando ele nascesse...” ( Ap. 12.1-4)

Quando se abre o Apocalipse sente-se de imediato uma atração mista. É um texto de luta, estriado pelo sangue da História, mas é também uma obra de contemplação envolvida num clarão de luz do qual emerge uma cidade onde não se chora mais e onde a  morte  não  reside.  (Ap 21.4)

O Apocalipse é um texto que nos puxa para a esperança sem nos levar a esquecer o presente, que nos convida ao otimismo sem ignorar o sofrimento, que nos orienta para um futuro sem nos dizer grande coisa sobre o fim do mundo, a não ser em sentido teológico, sem fazer horóscopos sobre a história.

Através da correta decifração dos símbolos, o Apocalipse aparece de imediato naquilo que pretende ser, “Revelação de Jesus Cristo”(1.1)  no sentido profundo e autêntico da história e do ser. 

Fixemos agora nossa atenção à volta do capítulo 12,... Certamente uma das páginas mais conhecidas do Apocalipse, sobretudo por causa da sua interpretação Mariológica.

No centro surge uma figura gloriosa: é uma mulher envolta num manto de luz (Sl 104.2), com a lua debaixo dos pés, e coroada com uma coroa de doze estrelas. O pensamento corre para o Cântico dos Cânticos: “Quem é essa que desponta como a aurora, bela como a lua, fulgurante como o sol?” (Can 6.10)

Foram inúmeras as identificações inventadas ao longo dos séculos a respeito desta figura feminina, mas a mais clássica foi oferecida pela tradição: é Maria que dá à luz Cristo.  ... Na tradição judaica as dores do parto eram uma imagem utilizada para descrever o prelúdio do advento do Messias (cf. Jo 16.21). É fácil a transposição mariana: a Virgem é mãe fecunda que gera para a história o Filho Salvador.

Mas, de repente, a agradável cena do parto é lacerada por uma invasão aterradora. Eis o grande monstro primordial contra o qual Deus combateu na Criação: o dragão é símbolo do mal, do demoníaco; a sua cor, como a do cavalo de guerra (Ap 6.4), é o vermelho-sangue, porque nos arrasta para a violência, a opressão, as guerras. Mas a besta encarna um outro significado.

Com as suas sete cabeças, os seus dez chifres, sinal do poder arrogante, com as suas sete coroas representa a brutalidade do poder, sobretudo do poder imperial romano (elementos deste gênero estavam presentes já no Livro de Daniel a que o Apocalipse recorre).

A atuação do dragão é sacrílega, é um desafio ao Céu: a sua cauda vigorosa, de fato, derruba as estrelas do Céu, lugar divino.

Certo é que João atribui a Satanás um poder sobrenatural. Mas a narração tem o seu ponto alto precisamente no conflito que se abre entre o dragão demoníaco e a mulher com o filho recém-nascido. O confronto entre Bem e Mal é aberto. O varão dado à luz pela mulher tem qualidades messiânicas: no v.5 cita-se, de fato, o Sl 2 que apresenta o rei messiânico dotado de um poderoso cetro de ferro capaz de acabar com qualquer rebelião dos povos (v.9).

São incontáveis as tentativas que o Maligno emprega para vencer a mulher e, portanto, o Bem. ... O dragão reitera os seus assaltos, não se contentando em atingir apenas a mulher, mas também a sua descendência: evidente alusão a Genesis 3.15. Intui-se claramente que no Filho da mulher são evocados e envolvidos também os filhos de Deus, os cristãos, que se mantêm fiéis graças à Palavra de Deus e em especial do Evangelho, que são “testemunhas de Jesus”. Todos estes são filhos da Igreja, “a Jerusalém do Alto, livre e nossa mãe”(Gal 4.26)

“Vi um sinal que apareceu no Céu. É uma mulher vestida de sol: debaixo dos pés estava uma lua, e doze estrelas formavam uma coroa na cabeça. Estava grávida e gemia com as dores...”

Ela é Maria, o novo Céu que está sobre a Terra, da qual surgiu para nós o sol de justiça. De fato, o sol que a envolvia é o nosso Senhor Jesus Cristo; a lua que estava sob os seus pés é João Batista; as doze estrelas que formavam uma coroa na cabeça são os doze Apóstolos que a circundam e a veneram. Por isso, todos os povos glorificam a Virgem, porque foi Ela que gerou Deus para nós, enquanto a sua virgindade permaneceu sigilada!


PROPÓSITO DO MÊS

MEDITAR E REFLETIR:

“...a mulher do Apocalipse pode oscilar entre a representação da Igreja, povo de Deus na Terra, perseguida por Satanás, em cujo seio pelo Batismo são gerados novos filhos, e a Mãe do Messias, Maria, contra a qual se enfurece o poder das trevas que tenta aniquilar o Filho, princípio de salvação e de vitória sobre o mal.”

INTENÇÃO MENSAL
Oferecimento da oração do Santo Terço à Virgem Maria, “para que a Igreja na África seja fermento de unidade entre os povos e sinal de esperança”.

PARA APROFUNDAR
Os Rostos de Maria na Bíblia - Gianfranco Ravasi
O Apocalipse - Bíblia de Jerusalém
*Ilustra o Tema Mensal de Maio 2019: “Nossa Senhora de Guadalupe”, que desde o século XVI, tem sido retratada como a Mulher do Apocalipse.

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