Abril - 2019
Ano C
“Eu sou o Alfa e o Ômega,”
diz o Senhor Deus,
“O que é, que era e que
há de vir”, o Todo Poderoso. (Ap 1.8)
“O que vais ver,
escreve-o num livro” (Ap 1.11)
A Páscoa de Jesus, a sua passagem deste mundo para o Pai, é
também a Páscoa dos cristãos. “Cristo é a nossa Páscoa.” (1Cor 5.7) Libertados da escravidão e lavados dos nossos
pecados nas águas do Batismo, fomos pelo seu Espírito integrados no seu Corpo
que é a Igreja, para cultivarmos a comunhão fraterna e a vida própria dos
filhos de Deus celebrando e vivendo a Eucaristia.
Imagens da Fé - D. João Marcos
Nos últimos séculos, os intérpretes tem usado a palavra parusia,
quase que exclusivamente para descrever a segunda vinda de Jesus no fim
dos tempos, e essa é a definição que se encontra na maioria dos dicionários.
Contudo, não é o sentido principal. O sentido primordial de parusia
é uma presença real, pessoal, viva, permanente e ativa. No ultimo
versículo do Evangelho de Mateus, Jesus promete:
“Eis que estou
convosco todos os dias, até a consumação dos tempos”.
O livro do Apocalipse define essa forte sensação da
iminente parusia de Jesus - sua vinda que tem lugar agora mesmo.
O Apocalipse nos mostra que Ele está aqui em plenitude - com sua realeza,
em julgamento, em guerra, no sacrifício sacerdotal, em corpo e sangue, alma e
divindade - onde quer que os cristãos celebrem a Eucaristia.
“A liturgia é a parusia contemplada antes do tempo, o “já” que entra em nosso “ainda não”,
escreveu o Cardeal Joseph Ratzinger.
Quando Jesus vier novamente no fim dos tempos, Ele não terá
uma só gota de glória a mais do que tem neste momento, nos altares e nos
sacrários de nossas Igrejas. Deus habita entre a humanidade agora
mesmo, pois a Missa é o Céu na Terra. Na Missa, já estamos no Céu!
“Na Liturgia terrena, antegozando participamos (já) da
Liturgia celeste, que se celebra na cidade santa de Jerusalém, para a qual, na
qualidade de peregrinos, caminhamos. Lá, Cristo está sentado à direita de Deus,
Ministro do santuário e do tabernáculo verdadeiro; com toda a milícia do exército
celestial cantamos um hino de glória ao Senhor e, venerando a memória dos
Santos, esperamos fazer parte da sociedade deles; suspiramos pelo Salvador,
Nosso Senhor Jesus Cristo, até que Ele, nossa vida, Se manifeste e nós
apareçamos com Ele na glória.” SC 8
Catecismo da Igreja Católica - CIC - 1090
A Revelação “daquilo que deve acontecer em breve”, o
Apocalipse, é comunicada pelos cânticos da Liturgia celeste ... A Igreja da
terra canta também esses cânticos, na Fé e na provação...
Catecismo da Igreja Católica - CIC - 2642
A Revelação de Jesus Cristo tem um impacto imediato e irresistível em nossas vidas. Somos a esposa do Cristo desvelado; somos sua
Igreja. E Jesus quer que todos nós iniciemos com Ele a relação mais intima que
se possa imaginar. ...
“Eis que estou à porta
e bato: se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e
cearei com ele, ele comigo” (Ap 3.20)
O Banquete do Cordeiro - Scott Hahn
No final do Livro do Apocalipse, João tem uma visão da Nova
Jerusalém - a cidade eterna. No entanto, essa Jerusalém é diferente da Antiga Jerusalém,
uma vez que não há nela a única coisa que a fez tão importante - o Templo.
“Não vi nela, porém,
nenhum templo, porque o Senhor Deus Todo Poderoso é o seu templo, assim como o
Cordeiro” (Ap. 21.22).
Na Nova Jerusalém, vivemos por toda a eternidade no
verdadeiro Templo, que é o próprio Deus.
O Céu, como o Catecismo nos ensina, é entrar na vida de
Deus (cf. CIC 1024). A vida de Deus é, nada mais nada menos, que o amor-dádiva
de Si mesmo compartilhado pela Trindade Infinita. O Pai derrama o Seu amor no
Filho, que é amor; o Filho derrama de volta o Seu amor no Pai, que é amor; e
este amor, que Eles compartilham, é o Espírito Santo.
Na Missa, nós entramos em comunhão com esta Santíssima
Trindade Divina. Somos convidados a derramar o nosso amor ao oferecermos nossas
vidas, tudo o que temos e tudo o que somos.
Assim como João,
também nós somos arrebatados no Espírito, no dia do Senhor, e ouvimos aquele
maravilhoso convite celestial - o mais magnífico convite para jantar que já
tivemos - “Sobe aqui!”
A Sagrada Escritura no
Mistério da Santa Missa - Scott Hahn e Regis J. Flaherty
PROPOSITO DO MÊS
MEDITAR E REFLETIR:
“Na Nova Jerusalém,
vivemos por toda a eternidade no verdadeiro Templo, que é o próprio Deus.”
INTENÇÃO MENSAL
Oferecimento da oração do Santo Terço à Santíssima Virgem
Maria, “pelos médicos e pelas equipes humanitárias
presentes em zonas de guerra”.
PARA APROFUNDAR
Imagens da Fé - Percursos iconográficos teológicos e
pastorais - D. João Marcos
O Banquete do Cordeiro - a Missa segundo um convertido -
Scott Hahn
A Sagrada Escritura no Mistério da Santa Missa – Scott Hahn
e Regis J. Flaherty
Constituição “Sacrosanctum Concilium” (SC 8)
*A obra que ilustra o
Tema Mensal de Abril 2019: “Cristo Ressuscitado”. Detalhe de A Historia da Salvação
- Cláudio Pastro. Igreja São Bento do
Morumbi. São Paulo (SP)
M.C.V.F.