Março - 2019 - (Ano - C)
“Contemplai a sua face e alegrai-vos, e vosso
rosto não se cubra de vergonha!” (Sal 33.34)
“Pai, pequei contra
o Céu e contra ti. Já não sou digno de ser chamado teu filho” (Lc 15.21)
Vou-me embora, irei procurar meu pai e lhe direi: “Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já
não sou digno de ser chamado teu filho. Trata-me como um dos teus empregados”. Levantando-se,
partiu ao encontro do pai. Seu pai, porém, viu-o quando estava ainda longe, e
encheu-se de compaixão, correu ao seu encontro, lançou-se-lhe ao pescoço,
cobrindo-o de beijos. (Lc 15.11-32)
Quando proclama o Reino de Deus, Jesus o faz procurando
despertar uma resposta. A única resposta adequada à chegada do Reino de Deus é
o amor. Jesus não tem a mínima
dúvida. O modo de ser e de atuar de Deus deve ser o programa para todos. Um
Deus compassivo está pedindo de seus filhos e filhas uma vida inspirada pela
compaixão. Nada pode agradar-lhe mais. Construir a vida como Deus a quer só é
possível fazendo-se do amor um imperativo absoluto.
Jesus fala repetidamente, em suas Parábolas, da compaixão,
do perdão, da acolhida aos perdidos, da ajuda aos necessitados. Essa era sua
linguagem de Profeta do Reino. Mas, em certa ocasião, fala também como mestre
de vida, apresentando o amor como a lei fundamental e decisiva. (...)
O amor a Deus e ao próximo é a síntese da lei, o princípio
supremo que lança nova luz sobre todo o sistema legal. O mandamento do amor não
se encontra no mesmo plano que os outros preceitos, perdido entre outras normas
mais ou menos importantes. O amor relativiza tudo. Se um preceito não é deduzido
do amor ou vai contra o amor, torna-se vazio de sentido; não serve para
construir a vida como Deus a quer.
Jesus Aproximação
Histórica - José Antonio Pagola
A misericórdia apresentada por Cristo na Parábola do filho
pródigo tem a característica interior do
amor, que no Novo Testamento é chamado “ágape”.
Este amor é capaz de debruçar-se sobre todos os filhos pródigos, sobre
qualquer miséria humana e, especialmente, sobre toda miséria moral, sobre o
pecado. Quando isto acontece, aquele que é objeto da misericórdia não se sente
humilhado, mas como que reencontrado e “revalorizado”. O pai manifesta-lhe
alegria, antes de mais por ele ter sido “reencontrado” e por ter “voltado à
vida”. Esta alegria indica um bem que não foi destruído: o filho, embora
pródigo, não deixa de ser realmente filho de seu pai. Indica ainda um bem
reencontrado: no caso do filho pródigo, o regresso à verdade sobre si próprio. (...)
A Parábola do filho pródigo exprime, de maneira simples mas
profunda, a realidade da conversão,
que é a mais concreta expressão da obra do amor e da presença da misericórdia
no mundo humano.
O verdadeiro significado da misericórdia não consiste apenas
no olhar, por mais penetrante e mais cheio de compaixão que seja, com que se
encara o mal moral, físico ou material. A misericórdia manifesta-se com a sua
fisionomia característica quando reavalia,
promove e sabe tirar o bem de todas as formas de mal existentes no mundo e
no homem. Entendida desta maneira, constitui o conteúdo fundamental da mensagem
messiânica de Cristo e a força constitutiva da sua missão. Desta mesma maneira
entediam e praticavam a misericórdia os discípulos e seguidores de Cristo. A
misericórdia nunca cessou de se manifestar nos seus corações e nas suas obras,
como prova particularmente criadora do amor, que não se deixa “vencer pelo
mal”, mas vence “o mal com o bem”.
Rico em Misericórdia - Carta Encíclica
“DIVES IN MISERICORDIA” - Papa
João Paulo II
Deus espera-nos como o pai da Parábola, estendendo para nós
os braços, embora não mereçamos. Não importa o que lhe devemos. Como no caso do
filho pródigo, o que é preciso é que lhe abramos o coração, que tenhamos
saudades do lar paterno, que nos maravilhemos e nos alegremos perante o dom que
Deus nos fez de nos podermos chamar e sermos realmente, apesar de tanta falta
de correspondência da nossa parte, seus filhos. ( Cristo que passa, n. 64)
A misericórdia de Deus é tão grande que escapa à compreensão
do homem; e este é o caso do filho mais velho, que considera excessivo o amor
do pai para com o filho mais novo; a sua inveja não o deixa compreender as
manifestações de amor que o pai mostra ao recuperar o filho perdido, nem
compartilhar a alegria da família. “É verdade que foi pecador. - Mas não faças
dele esse juízo inabalável. - Abre o coração à piedade, e não te esqueças de
que ainda pode vir a ser um Agostinho ... (Caminho, n. 675)
Bíblia Sagrada - Santos
Evangelhos - Edições Theologica Braga - 1994
Os tempos e os dias
de penitência ao longo do ano litúrgico (o tempo da Quaresma, cada
sexta-feira em memória da morte do Senhor) são momentos fortes da prática
penitencial da Igreja. Esses tempos são particularmente apropriados aos
exercícios espirituais, às liturgias penitenciais, às peregrinações em sinal de
penitência, às privações voluntárias como o jejum e a esmola, à partilha
fraterna (obras de caridade e missionárias).
Catecismo da Igreja Católica -
CIC - 1438
PROPÓSITO DO MÊS
Meditar e refletir:
“O modo de ser e de
atuar de Deus deve ser o programa para todos. ... Nada pode agradar-lhe mais.
Construir a vida como Deus a quer só é possível se fizermos do amor um
imperativo absoluto.
INTENÇÃO MENSAL
Oferecimento da oração do Santo Terço à Santíssima Virgem
Maria, para que sejamos, sempre, o testemunho do amor que Jesus nos ensinou.
PARA APROFUNDAR
JESUS APROXIMAÇÃO HISTÓRICA -
José Antonio Pagola - Editora Vozes
RICO EM MISERICÓRDIA - Carta
Encíclica “DIVES IN MISERICORDIA” - PAPA JOÃO PAULO II
BIBLIA SAGRADA - Santos
Evangelhos - Edições Theologica Braga -
1994
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA -
CIC - 1438
*A obra que ilustra o Tema Mensal
de Março 2019 : “O Filho Pródigo” - (obra
completa e detalhe) - “Pai, perdoa-me, pequei contra o Céu e contra ti”
M.C.V.F.
