AGOSTO - 2019
(Ano
C)
“Felizes são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em
prática” (Lc 11.28)
“Exemplar de toda a Igreja, no exercício do culto divino,
Maria é também, evidentemente, mestra de vida espiritual para cada um dos
cristãos”. (
Marialis Cultus n. 21)
A vida espiritual é a
vida “no Espírito”, vida “segundo o Espírito” (Rom 8.9; Gal 5.25). ...
A vida espiritual cristã
nasce do Batismo, pelo qual recebemos a vida divina e fomos configurados com
Cristo, na sua morte e ressurreição, pelo Espírito Santo; alimenta-se na
Eucaristia, na mesa da Palavra e do Sacrifício. É ação de Deus no crente, antes
de ser resposta do crente a Deus. A vida “segundo o Espírito” ou vida
espiritual é a vida dos cristãos realizada como uma permanente configuração com
Jesus Cristo por ação do Espírito Santo. Assim, a espiritualidade não é
sinônimo de interiorização, embora esta seja uma dimensão indispensável, nem
pode ser confundida com um esforço voluntarístico para atingir determinado grau
de perfeição cristã, embora implique sempre um esforço pessoal de configuração
com Cristo na docilidade ao Espírito.
Esta vida espiritual tem
diversas dimensões, que lhe são constitutivas: é trinitária, cristológica,
pneumatológica, eclesial e sacramental... E será também “mariana”? A resposta
só pode ser positiva: a espiritualidade cristã é mariana!
Foi o Papa João Paulo II
que, na Encíclica Redemptoris Mater (1987),
n. 48, consagrou a expressão:
“... trata-se não só da
doutrina da fé, mas também da vida de fé; e, portanto, da autêntica
“espiritualidade mariana”, vista à luz da Tradição e, especialmente, daquela
espiritualidade a que nos exorta o Concílio. Além disso, a espiritualidade
mariana, assim como a devoção correspondente, tem uma riquíssima fonte na
experiência histórica das pessoas e das diversas comunidades cristãs, que vivem
no seio dos vários povos e nações, sobre toda a face da terra. A este
propósito, é-me grato recordar, dentre as muitas testemunhas e mestres de tal
espiritualidade, a figura de São Luís Maria Grignion de Monfort, o qual propõe
aos cristãos a consagração a Cristo pelas mãos de Maria, como meio eficaz para
viverem fielmente os compromissos batismais.”
Nos vários documentos de
João Paulo II, o Pontífice apresenta dois fundamentos teológicos que justificam
e legitimam a afirmação do caráter mariano da espiritualidade cristã: um
fundamento eminentemente cristológico e um fundamento de natureza
eclesiológica.
Por um lado, Maria
precede-nos no seguimento de Cristo. Tal precedência - temporal e qualitativa –
torna-a nossa mestra e modelo. Por outro lado, a nível eclesiológico, o
Espírito que faz a Igreja é o mesmo que faz de Maria a primeira crente. No
nascimento da Igreja, no Pentecostes, Maria está presente para pedir o dom do
Espírito e este papel de intercessão continua atual na comunhão dos santos: a
Igreja peregrinante, que vive da doação contínua do Espírito, recebe uma tal
graça também pela incessante oração de Maria.
Falar da dimensão mariana
da espiritualidade cristã ou, mais sinteticamente, da espiritualidade mariana,
não significa atribuir a Maria um lugar
que lhe não seja próprio ou que deixe na sombra o seu Filho, Jesus, porque,
como afirma a Lumen Gentium, “todo o
influxo salutar da Santíssima Virgem em favor dos homens se deve ao beneplácito
divino e ... dimana da superabundância dos mistérios de Cristo, funda-se na sua
mediação, dela depende inteiramente, haurindo aí toda a sua eficácia” (LG 60).
A Virgem
Maria na Liturgia da Igreja - Documentos da Igreja e Estudos
“Nenhuma espiritualidade
aprovada pela Igreja pode permitir-se pretender chegar a Deus passando ao lado
deste modelo de perfeição cristã e não sendo também mariana” - Von Baltasar
PROPÓSITO DO MÊS
Meditar e refletir: “Nenhuma espiritualidade
aprovada pela Igreja pode permitir-se pretender chegar a Deus passando ao lado
deste modelo de perfeição cristã e não sendo também mariana” - (Von Balthasar)
INTENSÃO MENSAL
Oferecimento da oração do
Santo Terço à Santíssima Virgem Maria, “Para
que as famílias, graças a uma vida de oração e de amor, se tornem cada vez mais
laboratórios de humanização”.
PARA APROFUNDAR
A Virgem Maria na
Liturgia da Igreja - Documentos da Igreja e Estudos - pág. 243: A Figura de Maria
na Espiritualidade Católica - Carlos Cabecinhas
Encíclica Redemptoris
Mater (1987) - Papa João Paulo II
Exortação Apostólica
“Marialis Cultus” Sobre o Culto a Nossa
Senhora - Papa Paulo VI
*A obra que ilustra o
Tema Mensal de Agosto de 2019: “Madonna col Bambino” (“A Virgem e o Menino”) de
Fra Filippo Lippi. Palazzo Medici
Riccardi - Florence - Itália.
M.C.V.F.
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