Guia de Temas Mensais

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O Guia de Temas Mensal visa promover um maior aprofundamento nos momentos de reflexão em grupo, pois estes são importantes para a formação e o crescimento integral individual e do grupo no despertar e fortalecimento da fé e da doutrina da Igreja. O Guia de Temas Mensais é um apoio no trabalho de Evangelização através da Capela Peregrina de Nossa Senhora de Guadalupe.

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4 de nov. de 2019

Tema Mensal - Novembro 2019


Novembro 2019
(Ano C)
“Ele é a imagem do Deus invisível, o Primogênito de toda a Criação” (Col 1.15)


“Ele é a Cabeça do corpo, isto é, da Igreja” (Col 1.18)
“EU SOU”

Cristo é o único mediador entre Deus e os homens.

É Mediador pelo fato de ser Deus-Homem. Traz em Si todo o íntimo mundo da divindade, todo o Mistério trinitário e ao mesmo tempo o mistério da vida no tempo e na imortalidade. É verdadeiro homem. NEle o divino não se confunde com o humano. Permanece algo essencialmente divino.

Mas Cristo, ao mesmo tempo, é tão humano! Graças a isto, todo o mundo dos homens, toda a história da humanidade encontra nEle a sua expressão diante de Deus. E não diante de um Deus distante, inatingível, mas diante de um Deus que está nEle; ou melhor, que é Ele mesmo. Isto não existe em nenhuma outra religião nem, muito menos, em qualquer filosofia.   ...

Cristo, desde o início, se acha no centro da fé e da vida da Igreja. E também no centro do Magistério e da Teologia. Quanto ao Magistério, é preciso reportar-se a todo o primeiro milênio, a partir do I Concílio de Nicéia, passando pelos de Éfeso e Calcedônia, e depois até o II Concílio de Nicéia, consequência dos anteriores. Todos os Concílios do primeiro milênio giram em torno do mistério da Santíssima Trindade, compreendendo a processão do Espírito Santo; mas todos, na sua raiz, são cristológicos. Desde que Pedro confessou: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16.16), Cristo se achou no centro da fé e da vida dos cristãos, no centro do testemunho deles, que muitas vezes foi até o extremo do derramamento de sangue.

Graças a esta fé, a Igreja conheceu uma crescente expansão, apesar das perseguições. E a fé progressivamente foi cristianizando o mundo antigo. E mesmo que mais tarde tenha aparecido a ameaça do arianismo, a verdadeira fé em Cristo, Deus-Homem, segundo a confissão de Pedro em Cesaréia de Filipe, não cessou de ser o centro da vida, do testemunho, do culto e da liturgia. Poder-se-ia falar de uma concentração cristológica do Cristianismo, que ocorreu já desde o início.

Isto se refere, antes de tudo, à fé e diz respeito à tradição viva da Igreja. ... A originalidade de Cristo, indicada nas palavras pronunciadas por Pedro em Cesaréia de Filipe, constitui o centro da fé da Igreja expressa no Símbolo: “Creio em Deus Pai todo-poderoso, Criador do Céu e da Terra; e em Jesus Cristo, Seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido do Espírito Santo, nasceu de Maria Virgem, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu à mansão dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia, subiu ao Céu, está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso ...

Este assim chamado Símbolo Apostólico é a expressão da fé de Pedro e de toda a Igreja. Desde o IV século entrará no uso catequético e litúrgico o Símbolo Niceno-Constantinopolitano, que lhe amplia o ensinamento. Amplia-o levando em conta a maior consciência que a Igreja alcança, penetrando progressivamente na cultura helênica e percebendo, portanto, com maior clareza a necessidade de impostações doutrinais adequadas e convincentes para aquele mundo.

Em Nicéia e Constantinopla, portanto, afirmou-se que “Jesus Cristo é o Filho Unigênito do Pai eterno, gerado e não criado, consubstancial ao Pai, e por meio do qual todas as coisas foram criadas”.  ...

As palavras da profissão de fé de Nicéia não são mais que o reflexo da doutrina de Paulo. Nelas se compendia, aliás, também a herança de João, particularmente a doutrina contida no Prólogo (cf. Jo 1.1-18), mas não somente ali. Todo o Evangelho de João, e também suas Cartas, são um testemunho da Palavra de Vida, atestam “aquilo que ouvimos, o que vimos com os  olhos, o que contemplamos e nossas mãos apalparam” (1Jo 1.1).

Sob certo aspecto, Joao tem maiores créditos que Paulo por ser testemunha qualificada, embora o testemunho de Paulo seja particularmente impressionante. É importante este confronto entre Paulo e João. João, com efeito, escreveu mais tarde. Paulo primeiro. Portanto, é sobretudo em Paulo que se devem procurar as primeiras expressões da fé.

E não apenas em Paulo, mas também em Lucas, que era discípulo de Paulo. Estou me referindo às palavras que Cristo pronunciou - como anota o Evangelista - : “sentindo-se inundar de alegria no Espirito Santo” (cf. Lc 10.21) – “Graças te dou, Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas coisas dos sábios e prudentes, e as revelaste aos pequeninos... Ninguém conhece quem é o Filho, senão o Pai, e quem é o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelar” (Lc 10.21-22). Mas, aquilo que Lucas afirma encontra um correspondente preciso nas palavras do Prólogo de João: “A Deus ninguém nunca viu. O Filho Unigênito que está no seio do Pai foi quem no-lo deu a conhecer” (Jo 1.18).

A cristologia do Novo Testamento é “avassaladora”. Os Padres, a Alta Escolástica, a teologia dos séculos posteriores só tiveram que voltar, com espanto sempre novo, ao patrimônio recebido, para então preparar e progressivamente desenvolver o seu aprofundamento. ... O mistério da Redenção é visto com os olhos da grande renovação do homem e de tudo aquilo que é humano, proposto pelo Concílio, especialmente na Gaudium et Spes. A Encíclica quer ser um grande hino de alegria pelo fato de o homem ter sido remido por Cristo: remido na alma e no corpo.
                                                            Cruzando o Limiar da Esperança - Sua Santidade João Paulo II

PROPÓSITO DO MÊS

MEDITAR E REFLETIR:
“Cristo, desde o início, se acha no centro da fé e da vida da Igreja”

INTENÇÃO MENSAL
Oferecimento do Santo Terço à Santíssima Virgem Maria, “Pela Santa Igreja e pelo Papa Francisco”, rezemos.

PARA APROFUNDAR:
Cruzando o Limiar  da  Esperança  -  por  Sua  Santidade  JOÃO  PAULO  II
Gaudium  et  Spes - Constituição Pastoral - Concílio Vaticano II

*A obra que ilustra o Tema Mensal - Novembro 2019: “Cristo Pantocrator” - Cláudio Pastro. Detalhe do
painel principal da nave norte acima da Porta Santa da Basílica de Aparecida (SP), Brasil.

M.C.V.F.

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