Outubro - 2019 (Ano – C)
“Bendita sejais, ó
Virgem Maria; trouxestes no ventre a Palavra eterna!”
“Disse a mãe de Jesus
aos serventes: Fazei tudo o que Ele vos disser”. (Jo 2.5)
No quarto Evangelho, a
refeição é um lugar privilegiado de revelação de Jesus e de anúncio da
Boa-Nova. Em Caná da Galileia as antigas promessas começam a realizar-se de
maneira surpreendente. Partilha-se a fé e a palavra, o pão e o vinho.
A primeira pessoa aí
mencionada é a “Mãe de Jesus”, acrescentando-se logo que Jesus e os discípulos
também tinham sido convidados para a festa. A Mãe de Jesus inicia o cumprimento
das promessas, apresenta ao mundo o “Esperado das nações” e os seus discípulos.
O banquete decorre sem
novidade até que o inesperado acontece: não tem mais vinho. O vinho é um
símbolo forte que aparece nos textos proféticos: “Iahweh fará para todos os
povos um banquete de manjares suculentos e de vinhos generosos” (Is 25.6). O
vinho é alegria, é convívio, é confraternização, é sinal de abundância.
Ficam os copos vazios
no meio do banquete. Mas chegou o tempo de um vinho novo, de um amor novo, de
uma nova vida. E tudo começa numa festa. O vinho novo e os odres novos...
Maria põe Jesus a par da situação e Ele dá-lhe uma
resposta misteriosa, enigmática: “A minha hora ainda não chegou.” (Jo 2.4)
Logo em seguida, a sua
Mãe diz aos que estavam servindo “Fazei
o que Ele vos disser!” (Jo 2.5)
Manda-lhes que obedeçam a Jesus, porque a palavra dele
é a nova lei, o novo mandamento, o novo paradigma, o novo começo da
transformação das pessoas e da sociedade. ...
O quarto Evangelho
deixa-nos com a sensação de que a Mãe de Jesus o acompanha nas suas deslocações
e ministério.
Ela, que trouxe a
Palavra ao mundo, viaja com Jesus e está com Ele até a sua paixão e morte. Toma
parte em todas as suas decisões, nunca deixa de permanecer à sua beira. ...
O Reino de
Deus tem a ver com o alimento e a bebida, a sobrevivência e a solidariedade, a
dignidade e a felicidade humanas.
Requer uma paixão
partilhada pela justiça, pela verdade, pela paz, pelo gosto de viver.
Maria é figura da Igreja, Mulher e Mãe. Mulher cheia
de Misericórdia, de preocupação pelos seus filhos. Mãe desse grupo de crentes
que obedecem ao Senhor em tudo o que Ele lhes disser.
Maria, a “Mulher” que conhece todos os cantos da
comunidade, leva a Igreja a pensar em quantos precisam de vinho e de pão, de fé
e de sentido para a vida.
Nossa Senhora do Evangelho “Fazei o que Ele vos
disser” Abílio Pina Ribeiro
O Concílio Vaticano II
marcou indelevelmente a renovação posterior da espiritualidade mariana,
recuperando as suas fontes bíblicas e patrísticas e encetando o diálogo com as
Igrejas cristãs separadas. A grandeza de Maria é, de novo, inserida no contexto
vasto da história da salvação e na sua relação com a Igreja. ...
Hoje, a nível da
espiritualidade mariana, é sobretudo a exemplaridade que aparece sublinhada:
Maria é modelo para os cristãos. Por influência da filosofia personalista,
emerge a figura de Maria como modelo antropológico da pessoa que decide
responsavelmente diante da proposta salvífica de Deus. Esta dimensão da
relacionalidade torna-se fundamental, destacando-se a sua “pró-existência” à imagem
de Jesus Cristo, a sua vida como abertura ao Outro e aos outros. Por outro
lado, sublinha-se a relação de Maria com a Santíssima Trindade. As imagens ou
figuras de Maria que vão ganhando maior relevo são as de “discípula”, “Mestra”,
“serva do Senhor”. São estes alguns dos traços da figura de Maria que vemos
florescer no momento presente.
O teólogo Von
Balthasar afirma: “Venerar Maria à distância seria inútil, se a atitude
de Maria não encorajasse diretamente à imitação e, mesmo, em certo sentido, a um
seguimento que lhe caminhe no encalço” ‘
A Virgem Maria na Liturgia da Igreja - Documentos da
Igreja e Estudos
PROPÓSITO DO MÊS
Meditar e refletir:
... “Maria é o ‘modelo’ enquanto Cristo é a ‘norma’... santa Maria é ‘modelo’
enquanto não existe sozinha: ela é ‘modelo’ precisamente porque remete para
Cristo e Cristo é quem dá fundamento a Maria”. A sua exemplaridade é
cristocêntrica.
INTENÇÃO MENSAL
Oferecimento da
oração do Santo Terço à Virgem Maria, “Para que o sopro do Espírito Santo
suscite uma nova primavera missionária na Igreja.”
PARA APROFUNDAR
Nossa Senhora do
Evangelho “Fazei o que Ele vos disser” - Abílio Pina Ribeiro
A Virgem Maria na
Liturgia da Igreja - Documentos da Igreja e Estudos - pág. 254 - Carlos
Cabecinhas.
*Ilustra o Tema Mensal
de Outubro 2019: “Mãe de Misericórdia”, de Cláudio Pastro. Serigrafia sobre
lonita, 2001. Podemos admirar a gravura de Maria, “Mãe de Misericórdia”, na
Igreja São José de Anchieta, no Pateo do Collegio em São Paulo.
M.C.V.F.
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