Maio - 2022 (Ano C)
“Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto!” Sl 44(45)
“Exulto de alegria no Senhor, e minha alma regozija-se em meu Deus” (Is 61.10)
A via mestra da oração cristã é a humanidade de Jesus. Cristo é o mediador, a ponte que atravessamos para nos dirigirmos ao Pai. É o único redentor: não existem corredentores com Cristo. É o mediador por excelência, é o mediador. Cada oração que elevamos a Deus é por Cristo, com Cristo e em Cristo, e realiza-se graças à sua intercessão. O Espírito Santo alarga a mediação de Cristo a todos os tempos e lugares: não há outro nome no qual podemos ser salvos. Jesus Cristo: o único mediador entre Deus e os homens.
Da mediação única de Cristo adquirem significado e valor as outras referências que o cristão encontra para sua oração e devoção, em primeiro lugar à Virgem Maria, Mãe de Jesus.
Ela ocupa um lugar privilegiado na vida e, portanto, também na oração do cristão, porque é a Mãe de Jesus. As Igrejas do Oriente representaram-na frequentemente como a Odigitria, aquela que “indica o caminho”, ou seja, o Filho Jesus Cristo. Vem-me à mente aquela bonita, antiga e simples pintura da Odigitria, na Catedral de Bari: Nossa Senhora mostra Jesus nu. Depois, vestiram-lhe a camisa para cobrir aquela nudez, mas, na verdade, Jesus é representado nu, para indicar que Ele, homem nascido de Maria, é o mediador. E Ela indica o mediador: Ela é a Odigitria. Na iconografia cristã, a sua presença está em toda a parte, às vezes até com grande destaque, mas sempre em relação ao Filho e em função dele. As suas mãos, o seu olhar, a sua atitude são um “Catecismo” vivo e indicam sempre o âmago, o centro: Jesus. Maria está totalmente voltada para Ele. A tal ponto que podemos afirmar que é mais discípula do que Mãe. Aquela indicação, nas bodas de Caná, Maria diz: “Fazei o que Ele vos disser!”. Indica sempre Cristo; é a sua primeira discípula. Este foi o papel que Maria desempenhou ao longo de toda a sua vida terrena e que conserva para sempre: ser a humilde serva do Senhor, nada mais. Numa certa altura, nos Evangelhos, Ela parece quase desaparecer; mas volta nos momentos cruciais, como em Caná, quando o Filho, graças à sua intervenção solícita, fez o primeiro “sinal”, e depois no Gólgota, ao pé da Cruz.
Jesus estendeu a maternidade de Maria a toda a Igreja quando lhe confiou o discípulo amado, pouco antes de morrer na Cruz. A partir daquele momento, fomos todos colocados debaixo do seu Manto, como vemos em certos afrescos ou quadros medievais. Também na primeira antífona latina, Sub tuum praesidium confugimus, sancta Dei Genitrix: Nossa Senhora que, como Mãe a quem Jesus nos confiou, envolve todos nós; mas como Mãe, não como deusa, não como corredentora: como Mãe. É verdade que a piedade cristã sempre lhe atribui títulos bonitos, como um filho à mãe: quantas palavras bonitas um filho dirige à sua mãe, a quem ama! Mas tenhamos cuidado: as belas palavras que a Igreja e os santos dirigem a Maria em nada diminuem a singularidade redentora de Cristo. Ele é o único redentor. ...
E assim começamos a rezar a Ela com algumas expressões que lhe são dirigidas, presentes nos Evangelhos: “cheia de graça”, “bendita sois vós entre as mulheres”. Em breve, à oração da Ave-maria seria acrescentado o título “Theotokos”, “Mãe de Deus”, sancionado pelo Concílio de Éfeso. E, analogamente ao que acontece no Pai-nosso, depois do louvor acrescentamos a súplica: pedimos à Mãe que reze por nós, pecadores, para que interceda com a sua ternura, “agora e na hora da nossa morte”. Agora, nas situações concretas da vida, e no momento final, a fim de que nos acompanhe - como Mãe, como primeira discípula - na passagem para a vida eterna.
As orações a Ela dirigidas não são vãs. Mulher do “sim”, que aceitou prontamente o convite do Anjo, responde também às nossas súplicas, ouve as nossas vozes, até aquelas que permanecem fechadas no coração, que não têm a força para sair mas que Deus conhece melhor do que nós mesmos. Ouve-as como mãe. Como e mais do que todas as mães bondosas, Maria defende-nos nos perigos, preocupa-se conosco, até quando estamos ocupados com os nossos afazeres e perdemos o sentido do caminho, colocando em perigo não só a nossa saúde, mas a nossa salvação. Maria está presente reza por nós, reza por quem não ora. Reza conosco. Por que? Porque Ela é a nossa Mãe!
A Oração - Papa Francisco
No final deste mês, iniciando a preparação para Pentecostes, somos convidados a suplicar o dom do Espírito, rezando pela unidade dos cristãos. ... “para que o mundo creia”, segundo a oração de Jesus: “Pai, que todos sejam um” (Jo 17.21)
D. Sergio da Rocha
PROPÓSITO DO MÊS
Meditar e refletir: Sub tuum praesidium confugimus, sancta Dei Genitrix: Nossa Senhora que, como Mãe a quem Jesus nos confiou, envolve todos nós; mas como Mãe.
INTENSÃO MENSAL
Oferecimento do Santo Terço à Virgem Maria, rezando: “Mãe Santíssima, para que o mundo creia, segundo a oração de Jesus: “Pai, que todos sejam um”
PARA APROFUNDAR
A Oração - Papa Francisco Encíclica Fratelli Tutti
M.C.V.F.
www.virgemperegrina.org.br
Baixe este e Temas de meses anteriores - DOWNLOAD