Agosto - 2021
(Ano B)
“Deus é rei, é o
Altíssimo, muito acima do universo” Sl 96(97)
Ao longo da história da salvação, demonstra-nos Deus um amor totalmente gratuito, incondicional, não merecido pelo nosso comportamento nem concedido na previsão da nossa correspondência. Tudo é graça. E a graça das graças foi a entrega amorosa do seu Filho, que nos reconciliou com Ele “quando ainda éramos pecadores”. Por Cristo e em Cristo, o Pai aproximou-se de nós e, dando-nos o seu Espírito, tornou-se o “Deus-conosco”. O Senhor ressuscitado “está sempre vivo a interceder por nós”.
Cristo é o único mediador válido entre Deus e os seres humanos, mas não é mediador exclusivo; suscita outras formas de cooperação com a sua função mediadora, como participação da mesma fonte. E Maria, Mãe de Jesus, desempenha de maneira especial esta função subordinada e de colaboração com Ele.
Foi por meio de Maria que se deu a encarnação do Filho de Deus: ela mediou a sua vinda ao mundo. Na Anunciação foi-lhe revelado que o Mediador nasceria das suas entranhas por obra do Espírito Santo. Ao aceitar sem condições a maternidade, Maria submeteu-se inteiramente aos desígnios de Deus como serva. Esse fato fundamental de ser a mãe do Filho de Deus supõe, desde o princípio, uma abertura total à pessoa de Cristo, a toda a sua obra e missão.
Viveu constantemente a Ele associada como primeira discípula e seguidora. Deste modo, “entrava de maneira muito pessoal na única mediação entre Deus e os humanos, que é a mediação do homem Jesus Cristo”.
Jesus foi também o único mediador entre Deus e Maria, entre Maria e Deus. Ela foi escolhida, redimida e agraciada em Cristo Jesus. Tudo nela se devia a Jesus; tudo recebeu de Deus, graças a Ele.
Desde o início da sua intervenção pública, Jesus escolhe uma comunidade de vida e de missão. Cada um dos seus discípulos tem de ser “sal da terra e luz do mundo”.
Depois da Ressurreição, envia-os como testemunhas a pregar o Evangelho a todos os pontos da Terra. Esta comunidade é associada, incorporada nele. Paulo chama-lhe “Corpo de Cristo”: aí continua a agir e ressoar o Espírito do Senhor Ressuscitado.
O nosso encontro com
Cristo e, por meio dele, com o Pai não se realiza de maneira individualista.
É na Igreja que nos encontramos infalivelmente com Ele. A Igreja participa da única mediação de Cristo, ao mesmo tempo que experimenta todos os seus efeitos. A mediação de Cristo estende-se, por meio dela, no tempo e no espaço. A Igreja é sacramento do único Mediador.
A Virgem Maria participa dessa mediação de modo especialíssimo. É a ponta avançada da Igreja, a Igreja imaculada, a Igreja virgem e fiel, a Igreja-mãe, a Igreja totalmente consagrada e glorificada. A mediação da Igreja atinge nela a plenitude. ...
“Maria estava particularmente predisposta a cooperar com Cristo, único mediador da salvação humana. E tal cooperação é precisamente a sua mediação subordinada à mediação de Cristo” (Redemptoris Mater n.39). “Daí ser invocada na Igreja com os títulos de Advogada, Auxiliadora, Socorro, Medianeira, sem com isto nada tirar, nem acrescentar à dignidade e eficácia de Cristo, único Mediador” (Redemptoris Mater n.62).
Nunca se realça de mais este fato: Jesus, que quis associar os discípulos à sua pessoa e obra, associou de maneira singular a sua Mãe. ... Por isso, “depois da ascensão do Filho, a sua maternidade permanece na Igreja como mediação materna. Maria intercede por todos os seus filhos; coopera na ação do Ressuscitado, ela que está ressuscitada junto dele. Esta maternidade permanece sem cessar até à consumação perpétua de todos os eleitos” (L.G. sobre a Igreja n. 26). Os que entendem a Igreja como um grande corpo percebem facilmente que Maria continue a interceder, no Céu, pelos fiéis que ainda peregrinam neste mundo.
No mistério da
Assunção exprime-se a fé da Igreja, segundo a qual Maria está intimamente unida
a Cristo. Pela ressurreição Maria atingiu a plenitude da sua identificação com
Cristo; a proximidade de Maria, muito mais do que durante a sua vida terrena,
evoca-nos Jesus, comunica-nos Jesus.
Assunta ao Céu,
continua a ser a “serva do Senhor”, a “servidora solícita dos homens”. O seu
amor jamais acabará. ...
João XXIII gostava
de “provocar” Maria com a jaculatória: “Mostra que és nossa Mãe”.
Nossa
Senhora do Evangelho “Fazei o que Ele vos disser” - Abílio Pina Ribeiro
Agosto - Mês
Vocacional - “A Igreja nos convida a rezar pelas vocações.”
Dia 15 - Assunção de Nossa Senhora
PROPÓSITO DO MÊS
Meditar e refletir:
“... Maria intercede por todos os seus filhos; coopera na ação do Ressuscitado,
ela que está ressuscitada junto dele. Esta maternidade permanece sem cessar até
à consumação perpétua de todos os eleitos” (L.G. sobre a Igreja n.26)
INTENÇÃO MENSAL
Oferecimento do Santo
Terço à Santíssima Virgem Maria, rezando: “Senhor, ajudai-nos a ser sal da
terra e luz do mundo”.
PARA APROFUNDAR
Nossa Senhora do
Evangelho “Fazei o que Ele vos disser” - Abílio Pina Ribeiro
Constituição Lumen Gentium sobre a
Igreja
*Ilustra
o Tema Mensal - Agosto 2021 (Ano B), a obra: “Pala di
Santa Maria dei Fossi”, autoria de Pinturicchio (1454-1513) e se encontra em
Pirugia, Itália.
M.C.V.F.
www.virgemperegrina.org.br
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