Junho - 2016
“Com
alegria tirareis água das fontes da salvação” (Is
12.3)
“O
Coração de Jesus foi transpassado por uma lança, para que através da ferida
visível possamos ver a ferida invisível do Seu amor” (São Boaventura
Bagnoreggio)
“O
adorável Coração de Jesus Cristo pulsa de amor ao mesmo tempo humano e divino
desde que a Virgem Maria pronunciou aquela palavra magnanima: “Fiat”, e o Verbo
de Deus, como nota o Apóstolo, ‘... ao entrar no mundo, disse: Tu não quiseste
sacrifício e oferenda. Tu, porém, formaste-me um corpo. Holocaustos e
sacrifícios pelo pecado não foram do teu agrado. Por isso eu digo: Eis-me aqui,
- no rolo do livro está escrito a meu
respeito - eu vim, ó Deus, para fazer
tua vontade’ [...] E graças a esta vontade é que somos
santificados pela oferenda do corpo de Jesus Cristo, realizada uma vez por
todas.” (Heb 10.5-7.10). De maneira semelhante palpitava de amor o seu coração,
em perfeita harmonia com os afetos da sua vontade humana e com o seu amor
divino, quando, na casa de Nazaré, Ele mantinha aqueles celestiais colóquios
com sua dulcíssima Mãe e com São José, a quem obedecia e com quem colaborava no
ofício de carpinteiro. Esse mesmo tríplice amor (divino, espiritual, e
sensível) movia o seu Coração nas suas contínuas excursões Apostólicas; quando
realizava aqueles inúmeros milagres, quando ressuscitava os mortos ou restituía
a saúde a toda sorte de enfermos, quando sofria aqueles trabalhos, suportava o
suor, a fome e a sede; nas vigílias noturnas passadas em oração a seu Pai
amado; e, finalmente, nos discursos que pronunciava e nas parábolas que
propunha, especialmente naquelas que tratam da Misericórdia, como a da dracma
perdida, a da ovelha desgarrada e a do filho pródigo. Nessas palavras e nessas
obras, como diz Gregório Magno, manifesta-se o próprio Coração de Deus.
“Conhece o Coração de Deus nas palavras de Deus, para que com mais ardor
suspires pelas coisas eternas”.
Carta Encíclica HAURIETIS AQUAS -
(30) - Papa Pio XII
“Na
sexta-feira depois do segundo domingo de Pentecostes, neste ano jubilar,
exatamente em 3 de junho, a Igreja celebra a solenidade do Sagrado Coração de
Jesus. Essa solenidade, a partir das fontes Bíblicas, designa o próprio
mistério de Cristo, a totalidade do seu ser, a sua pessoa considerada no seu
núcleo mais íntimo e essencial: o Filho de Deus, sabedoria incriada, caridade
infinita, princípio de salvação e de santificação para toda a comunidade.
O “Coração de Jesus” é Cristo,
Verbo encarnado e Salvador, intrinsecamente voltado, no Espírito, com infinito
amor divino-humano para o Pai e para os homens, seus irmãos. O “Coração de
Jesus”, portanto, é a sede da Misericórdia do Pai, que abriu os tesouros
infinitos do seu amor e da sua indulgência em relação à humanidade.
Por isso, tal festa, sendo muito
sentida pela piedade popular, exige uma celebração com solenidade especial
neste Ano Santo, apelando ao Povo de Deus para se munir de uma atitude
primordialmente feita de conversão e de reparação, além de amor e gratidão para
com Aquele que “encaminha os nossos
corações para o amor de Deus e a constância de Cristo” (saudação do
sacerdote nos Ritos de introdução à Missa).”
Celebrar a
Misericórdia Subsídio Litúrgico
“Na
Liturgia desta solenidade entrelaçam-se duas figuras: a do Coração de Jesus,
nos textos próprios da Missa, e a do Bom Pastor, nas leituras Bíblicas. Tudo,
enfim, manifesta uma mesma realidade: o amor infinito de Cristo que deu a vida
pelo Seu rebanho e deixou perfurar o Seu Coração para que fosse fonte de salvação
para todos os homens. [...] Depois da
morte de Cristo, o homem não pode já duvidar do amor de Deus e da Sua
Misericórdia, nem desconfiar da sua salvação, porque entre os homens e Deus,
está sempre o Coração de Cristo para pedir e “interceder por nós” (Heb
7.25)
Intimidade Divina
“Assim, distinguiram-se por haver
estabelecido e promovido cada vez mais este culto ao Sacratíssimo Coração de
Jesus: S. Boaventura, S. Alberto Mágno, Sta. Gertrudes, Sta. Catarina de Sena,
o Beato Henrique Suso, S. Pedro Canísio e S. Francisco de Sales. A S. João
Eudes deve-se o primeiro Ofício Litúrgico em honra ao Sagrado Coração de Jesus,
cuja festa se celebrou pela primeira vez, a 20 de outubro de 1672. Mas entre
todos os promotores desta excelsa devoção merece lugar especial Sta. Margarida
Maria Alacoque, que, com a ajuda de seu diretor espiritual, o Beato Cláudio de
La Colombière, e com o seu ardente zelo, conseguiu, não sem admiração dos
fiéis, que este culto adquirisse um grande desenvolvimento e, revestido das
características do amor e da reparação, se distinguisse das demais formas da
piedade cristã.”
Carta Encíclica HAURIETIS AQUAS - (51) - Papa Pio XII
PROPÓSITO DO MÊS
Consagração de nossa família ao
Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria
INTENÇÃO MENSAL
Oferecimento da oração do Santo
Terço, neste mês do Sagrado Coração de Jesus e do Imaculado Coração de Maria,
em desagravo à Virgem Maria e a Seu Divino Filho, pelos nossos pecados e
ofensas.
Para aprofundar:
Carta
Encíclica Haurietis Aquas - Sobre o culto do Sagrado Coração de Jesus - Papa
Pio XII
Celebrar
a Misericórdia Subsídio Litúrgico - Paulinas/ Paulus
Intimidade Divina - 386. Sagrado
Coração de Jesus - Pe. Gabriel de S. Maria Madalena O.C.D
“A obra que ilustra o Tema Mensal
Junho 2016, “São Francisco abraçando a Cristo na Cruz”, é de Bartolomé Murillo e
está no Museu de Sevilha – Espanha”