“Senhor, Tu és nosso Pai, nós somos a
argila e Tu és nosso oleiro,
todos nós somos obras das tuas mãos” (
Is 64.7)
“Pai, santificado seja o teu Nome;
venha o teu Reino; o pão nosso cotidiano dá-nos a cada dia; perdoa-nos os
nossos pecados, pois também nós perdoamos aos nossos devedores; e não nos deixes
cair na tentação” (Lc 11.2-4)
O Pai – nosso, começa com uma
invocação que dá um tom próprio a toda a oração. Esta invocação nos faz
experimentar Deus como Pai querido e próximo, desperta em nós a confiança total
e nos faz sentir irmãos de todos que são seus filhos.
Em sua oração, Jesus sempre se dirige a Deus chamando-o de Abba. Esta expressão aramaica, utilizada
por Jesus em todas as suas orações que, chegaram até nós, é um termo que era
usado especialmente pelas crianças pequenas para dirigir-se a seu pai. Trata-se
de um diminutivo carinhoso (algo como “papai”) que ninguém se havia atrevido a
empregar até então para dirigir-se a Deus. Mas Jesus não reserva exclusivamente
para si esta invocação de Deus como Pai querido. Ele ensina e convida seus
discípulos a que também eles o invoquem com a mesma confiança e segurança. “Ao
entregar o Pai – nosso aos discípulos, Jesus lhes transmitiu o poder de dizer
como Ele: Abba. Isto significa que os fazia participar de sua relação com
Deus”. A Igreja primitiva guardou esta expressão de invocar a Deus aqueles que seguem seu Filho
Pai - nosso - Orar com o Espírito de Jesus -
José Antonio Pagola
“Podemos invocar a Deus
como “Pai”, porque Ele nos foi revelado por seu Filho feito homem e porque seu
Espírito no-lo faz conhecer. Aquilo que o homem não pode conceber nem as
potências angélicas podem entrever, isto é, a relação pessoal do Filho com o
Pai, eis que o Espírito do Filho nos faz participar nela (nessa relação
pessoal), nós, que cremos que Jesus é o Cristo e (cremos) que somos nascidos de
Deus.”
CIC – 2780
“Podemos adorar o Pai
porque Ele nos fez renascer para sua Vida, adotando-nos como filhos em seu
Filho único: pelo Batismo, Ele nos incorpora no Corpo de seu Cristo e, pela
Unção de seu Espírito, que se derrama da Cabeça para os membros, faz de nós
“cristos” (isto é “ungidos”)
CIC – 2782
“Pai! Esta é sempre a primeira palavra de Jesus ao dirigir-se a Deus...
Ele é o “Pai do Céu”. É o Pai de todos, sem discriminação nem exclusão
alguma. Não pertence a um povo privilegiado. Não é propriedade de uma religião.
Todos podem invocá-lo como Pai.
Santificado seja o
teu nome. Não é um pedido a
mais. É o primeiro desejo que nasce da alma de Jesus, sua aspiração mais
ardente.
Venha o Teu Reino. É esta a paixão da vida de Jesus, seu objetivo último. “Que teu Reino
vá abrindo caminho entre nós.
Faça-se a tua
vontade na terra, como no céu. Que se faça a tua vontade e não a nossa.
Dá-nos hoje nosso
pão de cada dia. A atenção de Jesus
dirige-se agora diretamente às necessidades concretas dos seres humanos.
Perdoa-nos as nossas
dívidas como também nós, ao dizer-te isto, perdoamos aos nossos devedores. Estamos em dívida com Deus. É nosso grande pecado: Não corresponder
ao amor do Pai, não entrar em seu reino.
Não nos deixes cair
na tentação. Somos seres fracos,
expostos a todo tipo de perigos e riscos que podem arruinar nossa vida,
afastando-nos definitivamente do reino de Deus.
Livra-nos do mal. O Pai-nosso termina com um grito de socorro, que fica ressoando em
nossa vida: Pai arranca-nos do mal!
O Pai-nosso chegou até nós em duas
versões ligeiramente diferentes. A análise rigorosa dos textos permite detectar
acréscimos e modificações posteriores, até chegar a uma oração breve, simples,
de sabor aramaico, que estaria muito próxima da pronunciada por Jesus. Seria
esta a oração que Ele ensinou:
“Pai,
santificado seja o teu Nome; venha o teu Reino; o pão nosso cotidiano dá-nos a cada
dia; perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos aos nossos
devedores; e não nos deixes cair na tentação”. (Lc 11.2-4)
Jesus expõe ao Pai os
dois desejos que traz em seu coração: “Santificado
seja o teu nome”, “Venha o teu reino”. Depois profere os três pedidos: “Dá-nos pão”, “ perdoa nossas dívidas”, “não
nos submetas à prova”.
Jesus Aproximação Histórica - José Antonio Pagola
PROPÓSITO DO MÊS
Meditar e refletir:
...perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos aos
nossos devedores...
INTENÇÃO MENSAL
De oração do Papa
Francisco para o mês de julho – 2016
Oferecimento da oração do Santo Terço à Virgem Maria, para que a
Igreja na América Latina e Caraíbas, anuncie o Evangelho com renovado vigor e
entusiasmo.
PARA APROFUNDAR:
Catecismo da Igreja Católica - CIC -
2780 – 2782
Bíblia de Jerusalém
Pai-nosso Orar com o Espírito de Jesus
- José Antonio Pagola
Jesus Aproximação Histórica - José
Antonio Pagola
“A obra que ilustra o Tema Mensal
julho 2016, é de Cláudio Pastro”
(M.C.V.F.)