Agosto – 2016
“...Todas as gerações me
proclamarão bem-aventurada, porque realizou em mim grandes coisas Aquele que é
poderoso” (Lc. 1.28)
“A minha alma engrandece o
Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus meu salvador...”
(Lc.
1.46-47)
“Convinha que aquela que no parto
manteve ilibada virgindade conservasse o corpo incorrupto mesmo depois da
morte. Convinha que aquela que trouxe no seio o Criador encarnado, habitasse
entre os divinos tabernáculos. Convinha que morasse no tálamo celestial aquela
que o Eterno Pai desposara. Convinha que aquela que viu o seu Filho na cruz,
com o coração transpassado por uma espada de dor de que tinha sido imune no
parto, contemplasse assentada à direita do Pai. Convinha que a Mãe de Deus
possuísse o que era do Filho, e que fosse venerada por todas as criaturas como
Mãe e Serva do mesmo Deus” São
João Damasceno
A Liturgia da Igreja não cria a
fé católica, mas supõe-na; e é dessa fé que brotam os ritos sagrados, como da
árvore os frutos. Por isso os Santos Padres e doutores nas homilias e sermões
que nesse dia fizeram ao povo, não foram buscar essa doutrina à Liturgia, como
fonte primária; mas falaram dela aos fiéis como de coisa sabida e admitida por
todos. Declararam-na melhor, explicaram o seu significado e o fato com razões
mais profundas, destacando e amplificando aquilo a que muitas vezes os livros
litúrgicos apenas aludiam em poucas palavras, a saber, que esta festa não se
comemora somente a incorrupção do corpo morto da Santíssima Virgem, mas
principalmente o triunfo por ela alcançado sobre a morte e a sua celeste glorificação
à semelhança do seu Filho Unigênito, Jesus Cristo.
Munificentíssimus Deus (20)
- Papa Pio XII
Muitas vezes os Teólogos e
Oradores sagrados, seguindo os passos dos Santos Padres, para explicarem a sua
fé na Assunção, serviram-se com certa liberdade de fatos e textos da Sagrada
Escritura. E assim, para mencionar só alguns mais empregados, houve quem
citasse a este propósito as palavras do Salmista: “Erguei-vos, Senhor, para o vosso
repouso, Vós e a Arca de Vossa santificação” (Sl 131.8); e na Arca da Aliança,
feita de madeira incorruptível e colocada no templo de Deus, viam como que uma
imagem do corpo puríssimo da Virgem Maria, preservada da corrupção do sepulcro,
e elevada a tamanha glória no Céu.
Munificentissimus
Deus (26)
Os doutores Escolásticos
vislumbram igualmente a Assunção da Mãe de Deus não só em várias figuras do
Antigo Testamento, mas também naquela mulher, revestida de sol, que o Apóstolo
João contemplou na Ilha de Patmos (Ap
12. Is) Porém, entre os textos do Novo Testamento, consideraram e examinaram
com particular cuidado aquelas palavras: “Ave, cheia de graça, o Senhor é
convosco, bendita sois Vós entre as mulheres” (Lc 1.28), pois viram no mistério
da Assunção o complemento daquela plenitude de graça, concedida à Santíssima
Virgem, e uma singular benção contraposta à maldição de Eva.
Munificentissimus Deus (27)
E convém sobretudo ter em vista
que, já a partir do século II, os Santos Padres apresentam a Virgem Maria como
nova Eva, sujeita sim, mas intimamente unida ao novo Adão na luta contra o
inimigo infernal. E essa luta, como já se indicava no Protoevangelho, acabaria
com a vitória completa sobre o pecado sobre a morte, que sempre se encontram
unidas nos escritos do Apóstolo das gentes (Rm 5;6; 1Cor 15.21-26; 54-57). Assim
como a Ressurreição gloriosa de Cristo constituiu parte essencial e último
troféu desta vitória, assim também a vitória de Maria Santíssima, comum com a
do seu Filho, devia terminar pela glorificação do seu corpo virginal. Pois,
como diz ainda o Apóstolo, “quando... este corpo mortal se revestir da
imortalidade, então se cumprirá o que está escrito: a morte foi absorvida na
vitória” (1Cor 15.14)
Munificentissimus
Deus (39)
Assunção
de Nossa Senhora - Dia 21 de agosto de 2016
“
... com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados
Apóstolos São Pedro e São Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e
definimos ser Dógma divinamente revelado que : a Imaculada Mãe de Deus, a
sempre Virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo
e alma à glória celestial”
Papa Pio
XII
PROPÓSITO DO MÊS
Meditar
e refletir
“...Convinha que aquela que viu o seu Filho na Cruz,
com o coração transpassado por uma espada de dor de que tinha sido imune no
parto, contemplasse assentada à direita do Pai. Convinha que a Mãe de Deus
possuísse o que era do Filho, e que fosse venerada por todas as criaturas como
Mãe e Serva do mesmo Deus”.
São João Damasceno
INTENÇÃO
MENSAL
Oferecimento da oração do Santo
Terço, para que todos os fiéis cresçam em amor para com a Santíssima Virgem
Maria e que a fé na Sua Assunção corpórea, torne mais firme a fé na nossa
própria ressurreição.
PARA
APROFUNDAR:
Constituição Apostólica do Papa
Pio XII - Munificentissimus Deus - Papa Pio XII - 1950
A obra que
ilustra o Tema Mensal Agosto 2016, “Ascenção
da Virgem (1577-1579)” é de El Greco, - Art
Institute of Chicago.