“Subi, Senhor, para o lugar de vosso pouso, subi com vossa arca poderosa!”
(Sl 131)
“... foi exaltada pelo Senhor como Rainha do Universo”
Um só é o nosso Mediador segundo as palavras do Apóstolo: “Porque um só é Deus, também há um só Mediador entre Deus e os homens, o homem Cristo Jesus , que se entregou para redenção de todos” (1 Tm 2.5-6). Todavia a materna missão de Maria a favor dos homens de modo algum obscurece nem diminui esta mediação única de Cristo, mas até ostenta sua potência , pois todo o salutar influxo da Bem-aventurada Virgem a favor dos homens não se origina de alguma necessidade interna, mas do divino beneplácito. Flui dos superabundantes méritos de Cristo, repousa na Sua mediação, dela depende inteiramente e dela aufere toda a força. De modo algum impede, mas até favorece a união imediata dos fiéis com Cristo. ...
Ela concebeu, gerou, nutriu a Cristo,
apresentou-O ao Pai no templo, compadeceu com seu Filho que morria na cruz.
Assim de modo inteiramente singular, pela obediência, fé, esperança e ardente caridade,
ela cooperou na obra do Salvador para a restauração da vida sobrenatural das
almas. Por tal motivo ela se tornou para nós mãe na ordem da graça.
(Constituição Dogmática “Lumen Gentium” - ns. 60 e 61)
São João Bosco, “viu” a Igreja como um navio majestoso ameaçado de todos os lados por uma chusma de naus menores.
No meio do oceano erguiam-se duas colunas, bem perto uma da outra. Sobre uma delas assentava a estátua da Virgem Maria, de cujos pés pendia um cartaz com a legenda “Auxílio dos Cristãos”; sobre a outra, resplandecia uma hóstia gigante, por baixo da qual se liam as palavras: “Salvação dos Fiéis”. Agarrada a estas duas colunas, navegava a Igreja, firme e vencedora.
A relação íntima entre estes dois tesouros da Igreja Católica já era cantada num belíssimo hino eucarístico dos fins do século XIII, intitulado “Ave verum”:
“Eu te saúdo, verdadeiro Corpo nascido da Virgem Maria,
o qual verdadeiramente padeceu e foi imolado por nós na cruz;
do
seu lado trespassado manou sangue e água.
Protege-nos
quando formos julgados no termo da nossa vida,
ó
doce Jesus, ó piedoso Jesus, ó Jesus filho de Maria.”
“A carne de Cristo é a carne de Maria” - pensavam com emoção os Padres da Igreja, acentuando a “continuidade” entre o corpo histórico de Jesus, nascido da Santíssima Virgem, e o seu corpo ressuscitado, presente na Eucaristia. Deus serviu-se desta maravilha para que Jesus - o mesmo Jesus que Nossa Senhora deu à luz em Belém, que passou pela terra fazendo bem a todos, que foi sacrificado no Calvário e ressuscitou - continuasse a ser o “Emanuel”, o Deus-conosco. “Tudo o que havia de visível em Nosso Senhor Jesus Cristo passou para os sacramentos da Igreja” - refletia o Papa São Leão Magno.
Duas vezes é recordada a Virgem Maria no referido hino e as duas para insistir no vínculo existente entre ela e a Eucaristia.
“Maria é um sacrário em que habitou o Verbo Encarnado, símbolo da habitação do Verbo na Eucaristia. O corpo de Jesus, nascido de Maria, nasceu para se tornar Eucaristia” - Santo Efrém.
A relação entre a Eucaristia e Nossa Senhora já se pode ver no alto do Calvário. A morte e a ressurreição de Cristo aconteceram ali “de uma vez para sempre”, mas o ato redentor, pessoal e único, torna-se presente na celebração da Eucaristia, sob os sinais do pão e do vinho que Jesus utilizou na Última Ceia.
Precisamente na “hora” do Calvário, Jesus entregou a sua Mãe ao discípulo predileto e, nele, a cada um de nós. Não se pode celebrar o memorial da morte do Senhor em cada Missa sem recebermos em nossa “casa”, em nossa vida, a prenda incomparável que é a Mãe de Deus - reflete João Paulo II na sua Carta Apostólica A Igreja vive da Eucaristia. “Todas as Missas têm sentido mariano” - concluía Paulo VI.
“Se a Eucaristia é um mistério de fé que excede a nossa inteligência, a ponto de nos obrigar ao mais puro abandono à Palavra de Deus, ninguém melhor do que Maria pode servir-nos de apoio e guia nesta atitude de abandono” João Paulo II, Ecclesia de Eucaristia, n. 53
PROPÓSITO DO MÊS
MEDITAR E REFLETIR: “Maria
é um sacrário em que habitou o Verbo Encarnado, símbolo da habitação do Verbo
na Eucaristia. O corpo de Jesus, nascido de Maria, nasceu para se tornar Eucaristia.”
INTENÇÃO MENSAL: Oferecimento da oração do Santo Terço à Santíssima Virgem Maria, pedindo:
“Senhor Jesus, Filho de Deus vivo, tende misericórdia de mim, pecador.”
PARA APROFUNDAR
Compêndio do Vaticano II - Constituição Dogmática “Lumen Gentium” - ns. 60 e 61
Nossa Senhora do Evangelho “Fazei o que Ele vos disser” - Abílio Pina
Ribeiro
*A obra que
ilustra o Tema Mensal de Agosto de 2020 (Ano A): “Coroação de Nossa Senhora”, de Marko
Rupnik.
M.C.V.F.
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